לְשָׁנָה אַחֶרֶת שְׁכָחָהּ,
A Guemara conta:
No ano seguinte, quando Shmuel HaKatan serviu como líder de reza e, ele esqueceu essa bênção, e o examinaram, na tentativa de se lembrar da bênção por duas ou três horas, e não o afastaram de servir como líder de reza.
וְהִשְׁקִיף בָּהּ שְׁתַּיִם וְשָׁלֹשׁ שָׁעוֹת, וְלֹא הֶעֱלוּהוּ.
e a examinou, tentando lembrar a bênção por duas ou três horas, e não o removeram de liderar a reza.
אַמַּאי לֹא הֶעֱלוּהוּ? וְהָאָמַר רַב יְהוּדָה אָמַר רַב: טָעָה בְּכָל הַבְּרָכוֹת כֻּלָּן — אֵין מַעֲלִין אוֹתוֹ, בְּבִרְכַּת הַמִּינִים — מַעֲלִין אוֹתוֹ. חָיְישִׁינַן שֶׁמָּא מִין הוּא?
A Guemara pergunta: Por que não o removeram? Rav Yehuda não disse que Rav havia dito: Aquele que servir como líder da reza e errar na recitação de qualquer uma das bênçãos, não será removido de servir como líder da reza. !? No entanto, aquele que errar ao recitar a bênção dos Minim, será removido, pois suspeitamos que talvez ele seja um Min e intencionalmente omitiu a bênção para evitar amaldiçoar a si mesmo. Por que então, não removeram Shmuel HaKatan?
שָׁאנֵי שְׁמוּאֵל הַקָּטָן דְּאִיהוּ תַּקְּנַהּ.
A Guemará respondeu: Shmuel HaKatan é um caso diferente pois ele mesmo instituiu esta bênção e não há suspeita sobre ele.
וְנֵיחוּשׁ דִּלְמָא הֲדַר בֵּיהּ. אָמַר אַבָּיֵי: גְּמִירִי, טָבָא לָא הָוֵי בִּישָׁא.
A Guemará continua: Suspeitemos que talvez ele tenha reconsiderado e, embora fosse justo, tenha mudado de ideia? Abaye disse: Aprendemos através da tradição que devemos considerar que uma pessoa boa não se torna má.
וְלָא?! וְהָכְתִיב: ״וּבְשׁוּב צַדִּיק מִצִּדְקָתוֹ וְעָשָׂה עָוֶל״. הָהוּא רָשָׁע מֵעִיקָּרוֹ, אֲבָל צַדִּיק מֵעִיקָּרוֹ — לָא.
A Guemará contesta isso: E seria mesmo verdade que uma pessoa boa não se torna má? Não está explicitamente escrito: “E quando o justo se desvia da sua justiça e pratica o mal, como todas as abominações que o perverso faz, viverá ele? Todos os seus atos de justiça que fez não serão lembrados, por causa da infidelidade que cometeu e do erro que cometeu; por causa deles morrerá” (Ieheskel 18:24)? Abaye respondeu: Esse verso se refere a um indivíduo justo que inicialmente era mau e se arrependeu, mas que acabou retornando aos seus maus caminhos depois. No entanto, aquele que é inicialmente justo não se torna mau simplesmente.
A Guemará contesta isso: E seria mesmo verdade que a pessoa boa não se torna má? Não aprendemos em uma mishna: Não esteja seguro de si mesmo até o dia de sua morte, pois Yoḥanan o Sumo Sacerdote serviu no Sumo Sacerdócio por oitenta anos e por fim se tornou um Tzedoki. Até mesmo aquele que é excepcional em sua justiça, como se pensa de um sacerdote pode se tornar um Min!
Abaye respondeu: Ele é Yannai. Ele é Yoḥanan. Em outras palavras, desde o início, toda a dinastia dos Hashmonaim tinha a mesma atitude positiva em relação aos Tzedokim, e não havia distinção entre Yoḥanan Hyrcanus e Alexander Yannai. Yoḥanan o Sumo Sacerdote tinha inclinações Tzedokim desde o início. Rava disse: O caso de Yannai é distinto e o caso de Yoḥanan é distinto: Yannai era mau desde o início e Yoḥanan era justo desde o início. Se assim for, funciona bem de acordo com a opinião de Abaye; no entanto, de acordo com a opinião de Rava, é difícil entender a explicação. Como Yoḥanan, um indivíduo justo, poderia ter mudado e se tornado mau?
A Guemará responde: Rava poderia ter dito a você: Há também espaço para a preocupação de que alguém que é justo desde o início, talvez reconsidere e se torne mau, como foi o caso de Yoḥanan o Sumo Sacerdote. Se assim for, a pergunta original é difícil: Por que eles não removeram Shmuel HaKatan de servir como líder da reza?
A Guemará responde: O caso de Shmuel HaKatan é diferente, pois ele começou a recitar a bênção dos Minim e, enquanto a recitava, ficou confuso e esqueceu o final da bênção. Consequentemente, ele não se tornou suspeito. De fato, Rav Yehuda disse que Rav - e alguns disseram que teria sido o rabino Yehoshua ben Levi, quem teria dito o seguinte: Eles apenas ensinaram que aquele que errasse ao recitar a bênção dos Minim teria que ser removido, no caso em que ele não começasse a recitá-la. Mas se ele já começou a recitar, então permitimos que ele se recomponha e termine a recitação.
A Guemará pergunta: Correspondendo a que foram instituídas estas sete bênçãos da Amidá de Shabat? A Guemará responde: O rabino Halafta ben Shaul disse: Correspondendo às sete "vozes" que David mencionou sobre as águas; em outras palavras, as sete vezes que a frase "a voz de Elohim" é mencionada em Tehilim 29, isso serviu como fonte para a reza dos dias da semana.
A Guemará pergunta mais: Correspondendo a que foram instituídas estas nove bênçãos da reza adicional de Rosh Hashaná? O rabino Itzhak de Kartignin disse: Elas correspondem às nove menções do nome de Elohim que Hanah disse em sua reza (Shmuel I 2:10). A conexão entre a reza de Hannah e Rosh Hashaná é baseada no que o Mestre disse: Em Rosh Hashaná, Sarah, Rahel e Hanah foram lembradas e o decreto divino de que elas conceberiam seus filhos foi emitido.
A Guemará continua: Correspondendo a que foram instituídas estas vinte e quatro bênçãos da Amidá dos dias de jejum? O rabino Helbo disse: Elas correspondem aos vinte e quatro "cânticos" que Shlomo disse quando trouxe a arca para o Kodesh HaKodashim durante a dedicação do Templo, pois há vinte e quatro expressões de cântico, reza e súplica lá (Melahim I 8). A Guemará pergunta: Se assim for, então digamos estas vinte e quatro bênçãos todos os dias! A Guemará responde: Quando Shlomo as disse? Em um dia de súplica por misericórdia. Nós também as dizemos em um dia de súplica por misericórdia.
Aprendemos na mishna que o rabino Yehoshua diz que cada dia se recita uma versão abreviada da reza de dezoito bênçãos. A Guemará pergunta: Qual é a versão abreviada da reza de dezoito bênçãos? Há diferentes opiniões.
Rav disse: Recita-se uma versão abreviada de cada uma das bênçãos.
Shmuel disse: Uma versão abreviada da reza de dezoito bênçãos se refere a uma bênção composta especificamente para ser recitada no lugar das treze bênçãos do meio. Ela contém referências a cada uma. A fórmula para essa bênção é:
Conceda-nos entendimento, YHVH nosso Elohim, para conhecer Seus caminhos, e sensibilize nossos corações para que possamos Te reverenciar, e nos perdoe para que possamos ser redimidos, e nos mantenha longe de nosso sofrimento, e nos satisfaça com os pastos de Sua terra, e reúna nosso povo disperso dos quatro cantos da terra, e aqueles que se desviam sejam julgados de acordo com a Sua vontade, e levante Sua mão contra os perversos, e que os justos se alegrem na reconstrução de Sua cidade, e na restauração de Seu Santuário, e no florescimento de Seu servo David, e no estabelecimento de uma luz para Seu Mashia'h, filho de Ishai. Antes de chamarmos, que Tu respondas. Bendito sejas Tu, YHVH, Que escuta a reza.
Embora Shmuel tenha mencionado esta reza abreviada, Abaye amaldiçoava qualquer um que recitasse a reza: "Conceda-nos entendimento", pois sustentava que alguém só poderia recitá-la em circunstâncias extremas (rabino Hananel, Me'iri).
A Guemará restringe ainda mais as ocasiões em que se poderia recitar a reza abreviada: Rav Naḥman disse que Shmuel havia dito: Pode-se recitar: "Conceda-nos entendimento" durante todo o ano, exceto na reza da noite no final de Shabat e no final dos Festivais, porque deve-se recitar a reza de distinção [havdala] na bênção: "Que graciosamente concede conhecimento".
Rabba bar Shmuel se opunha fortemente a isso: Depois de recitar as três bênçãos iniciais, digamos havdala como uma quarta bênção independente, e depois recitemos a reza de "Conceda-nos entendimento". Isso é possível. Não aprendemos em uma mishna que o rabino Akiva disse: Ele diz havdala como uma quarta bênção independente? O rabino Eliezer diz: Ele diz havdala na bênção de agradecimento.
A Guemará responde: Praticamos de acordo com a opinião do rabino Akiva durante todo o ano em relação a este assunto, que também praticaremos desta forma agora? Durante todo o ano, qual seria a razão pela qual não praticamos de acordo com a opinião do rabino Akiva? Porque eles instituíram dezoito bênçãos, não instituíram dezenove. Aqui também, eles instituíram sete bênçãos, não instituíram oito. Portanto, a possibilidade de recitar havdala como uma quarta bênção independente é rejeitada.
Mar Zutra se opõe fortemente a isso: Incluamos havdala na estrutura da bênção abreviada: "Conceda-nos entendimento, YHVH nosso Elohim, Que distingue entre sagrado e profano". Nenhuma resposta foi oferecida a esta objeção, e ela permanece difícil.
Rav Beivai bar Abaye disse: Há uma restrição adicional que se aplica à reza abreviada. Pode-se recitar "Conceda-nos entendimento" durante todo o ano, exceto durante a estação chuvosa, porque deve-se recitar o pedido de chuva na bênção dos anos. Mar Zutra se opunha fortemente a isso: Incluamos o pedido de chuva na estrutura da bênção abreviada: "E nos satisfaça com os pastos de Sua terra, e conceda orvalho e chuva".
A Guemará responde: Isso é inviável, pois ele se confundirá ao introduzir um novo elemento à fórmula padrão da bênção. A Guemará pergunta: Se assim for, ao introduzir havdala na estrutura da bênção abreviada na seção que alude à bênção "Que graciosamente concede conhecimento", ele também se confundirá. Por que a Guemará não respondeu à forte objeção de Mar Zutra em relação à havdala dessa maneira?
A Guemará responde: Eles disseram que estes casos são diferentes: Lá, em relação à havdala, como a introdução do novo elemento vem no início da reza, ele não se confundirá. Aqui, como o pedido de chuva vem no meio da reza, ele se confundirá.
Rav Ashi se opunha fortemente a isso: Se assim for, digamos o pedido de chuva na estrutura da bênção abreviada na seção que alude à bênção "Que escuta a reza". Como o rabino Tanḥum disse que Rav Asi tinha dito: Aquele que errou e não mencionou o poder das chuvas na bênção sobre o ressurgir dos mortos, exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita. No entanto, aquele que errou e não recitou o pedido de chuva na nona bênção da Amidá, a bênção dos anos, não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, porque ele pode recitá-la na bênção "Que escuta a reza". E aquele que errou e não recitou a havdala na bênção "Que graciosamente concede conhecimento", não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, pois ele pode recitar a havdala sobre a taça de vinho. Pode-se pedir chuva na bênção "Que escuta a reza" e, consequentemente, pode-se introduzi-la no final da bênção abreviada sem se confundir. A Guemará responde: Aquele que errou é diferente, e só então ele tem a opção de pedir chuva na bênção "Que escuta a reza". Ab initio, o pedido de chuva não pode ser inserido lá.
A afirmação de que o rabino Tanḥum disse que Rav Asi havia dito, foi incidental à discussão anterior - A Guemará tenta entender o assunto em si: O rabino Tanḥum disse que Rav Asi disse: Aquele que errou e não mencionou o poder das chuvas na bênção sobre o ressurgimento dos mortos, exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita. No entanto, aquele que errou e não recitou o pedido de chuva na bênção dos anos, não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, porque ele pode recitá-la na bênção "Que escuta a reza". E aquele que errou e não recitou a havdala na bênção "Que graciosamente concede conhecimento", não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, pois ele pode recitar a havdala sobre a taça de vinho.
A Guemará levantou uma objeção com base no que foi ensinado na Tossefta: Aquele que errou e não mencionou o poder das chuvas na bênção sobre o reviver dos mortos, exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita. Aquele que errou e não recitou o pedido de chuva na bênção dos anos, exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita. No entanto, aquele que errou e não recitou a havdala na bênção "Que graciosamente concede conhecimento", não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, pois ele pode recitar a havdala sobre a taça de vinho. A Tossefta contradiz a declaração do rabino Tanḥum em relação a quem errou e não recitou o pedido de chuva na bênção dos anos.
A Guemará responde: Isso não é difícil. Este caso, em que exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, refere-se a uma situação em que ele está rezando individualmente. Enquanto aquele caso, em que não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, refere-se a uma situação em que ele está rezando como parte de uma congregação.
A Guemará levanta uma dificuldade: Ao rezar como parte de uma congregação, qual a razão para ele não precisar retornar ao início da reza e repeti-la? Porque ele pode cumprir sua obrigação quando a ouve do líder da reza comunitária na repetição da Amidá. Se assim for, a formulação do rabino Tanḥum é imprecisa. Aquilo que ele disse que não precisa retornar ao início da reza e repeti-la porque pode recitá-la na bênção: "Que escuta a reza", deveria ser: Porque ele a ouve do líder da reza comunitária. Isso prova que a tentativa de rejeitar o desafio da Tossefta ao rabino Tanḥum estava incorreta.
Tanto esta declaração do rabino Tanḥum quanto aquela declaração na Tossefta referem-se a alguém que reza individualmente, e, no entanto, não é difícil. Este caso, em que não exigimos que ele retorne ao início da reza e a repita, refere-se a um caso em que ele se lembra do seu erro antes de chegar à bênção: "Que escuta a reza", caso em que ele pode pedir chuva nessa bênção.
הָא, דְּאִדְּכַר בָּתַר ״שׁוֹמֵעַ תְּפִלָּה״.
Este caso, onde solicitamos que ele volte ao início da reza e a repita, refere-se a uma situação em que ele relembra o seu erro após alcançar a bênção: Quem ouve a reza, nesse caso a opção de pedir chuva naquele a bênção não existe mais e ele deve retornar ao início da reza.
