אשר הביא המאמינים מציאות תארים לבורא להאמין בהם – קרוב לאשר הביא מאמיני ההגשמה להאמין בה. וזה – כי מאמין ההגשמה, לא הביאהו אליה עיון שכלי, אבל נמשך אחר פשוטי הכתוב; וכן הענין בתארים. כאשר נמצאו ספרי הנביאים וספרי התורה שתארוהו ית׳ בתארים, לֻקַּח הענין על פשוטו והאמינוהו בעל תארים. וכאילו הם רוממוהו מן הגשמות ולא ירוממוהו מעניני הגשמות, והם המקרים – רצוני לומר: התכונות הנפשיות אשר הם כולם איכויות – (וכל תואר, שיחשוב מאמין התארים, שהוא עצמי לאלוה ית׳ אתה תמצא ענינו – ענין האיכות) ואף על פי שלא יבארוהו, דומה במה שנהגוהו מעניני כל גשם בעל נפש חיה. ועל הכל נאמר: ׳דברה תורה כלשון בני אדם׳. ואמנם הכונה בכולם – לתארו בשלמות, לא בעצם הענין ההוא, אשר הוא שלמות לבעל הנפש מן הנבראות; ורובם תארי פעולותיו המתחלפות.
A circunstância que fez com que se acreditasse na existência de atributos divinos é semelhante àquela que fez com que se acreditasse na corporeidade divina.
Estes últimos não chegaram a essa crença por especulação filosófica, mas seguindo o sentido literal de certas passagens na Escritura. O mesmo ocorre com os atributos: Quando - nos livros dos Profetas e da Torá - Elohim é descrito por atributos, tais passagens são tomadas em seu sentido literal, e então acredita-se que Elohim possua atributos: Como se Ele devesse ser exaltado acima da corporeidade, e não acima das coisas conectadas à corporeidade - ou seja, os acidentes, quero dizer, disposições psíquicas - todas as quais são qualidades e conectadas à corporeidade. Todo atributo que os seguidores destas ideias assumem ser essencial ao criador, você encontrará expresso, embora não digam claramente, como uma qualidade semelhante àquelas que eles estão acostumados a notar nos corpos de todos os seres vivos. Aplicamos a todos esses trechos o princípio talmúdico, "a Torá fala na linguagem dos homens", e dizemos que o objetivo de todos esses termos é descrever Elohim como o mais pleno, não como possuindo aquelas qualidades que seriam apenas plenitude em relação aos seres vivos criados. Muitos dos atributos expressam diferentes atos de Elohim.
mas essa diferença não implica qualquer diferença em relação àquele de quem os atos procedem. Este fato, a saber - que de uma única agência podem resultar diferentes efeitos - embora essa agência não tenha arbítrio, e muito mais se tiver arbítrio, ilustrarei com um exemplo tirado de nosso próprio âmbito:
O fogo derrete certas coisas e endurece outras, ferve e queima, branqueia e enegrece. Se descrevêssemos o fogo como branqueador, enegrecedor, queimador, fervedor, endurecedor e derretedor, estaríamos corretos, e ainda assim, quem não conhece a natureza do fogo, pensaria que ele inclui seis elementos diferentes, um pelo qual ele enegrece, outro pelo qual ele branqueia, um terceiro pelo qual ele ferve, um quarto pelo qual ele consome, um quinto pelo qual ele derrete, um sexto pelo qual ele endurece as coisas - ações que seriam opostas umas às outras, e das quais cada uma teria sua propriedade peculiar.
No entanto, quem conhece a natureza do fogo saberá que, por meio de uma única qualidade em ação - ou seja, pelo calor - ele produz todos esses efeitos. Se isso acontece com (a) aquilo que é feito pela natureza, quanto mais ocorre com relação (b) aos seres que agem por arbítrio, e ainda mais (c) com relação a Elohim, que está acima de toda descrição.
Se, portanto, percebemos em Elohim certas relações de vários tipos—pois a sabedoria em nós é diferente do poder, e o poder da vontade—não se conclui de modo algum que elementos diferentes estejam realmente contidos nele, que contenha um elemento pelo qual conhece, outro pelo qual quer, e outro pelo qual exerce poder, como é, de fato, o sentido dos atributos de Elohim segundo os Atributistas. Alguns deles expressam isso claramente, e enumeram os atributos como elementos adicionados à essência. Outros, no entanto, são mais reservados em relação a esse assunto, mas indicam sua opinião, embora não a expressem em palavras distintas e inteligíveis. Assim, por exemplo, alguns deles dizem: "Elohim é onipotente por Sua essência, sábio por Sua essência, vivo por Sua essência, e dotado de vontade por Sua essência."
(Mencionarei a você, como exemplo, a razão que sendo uma única faculdade e não implicando pluralidade, permite ao Adam conhecer muitas artes e ciências; pela mesma faculdade o Adam é capaz de semear, fazer trabalhos de carpintaria, tecer, construir, estudar, adquirir conhecimento de geometria e governar um estado. Esses vários atos resultantes de uma simples faculdade, que não envolve pluralidade, são muito numerosos; seu número, ou seja, o número de ações originadas pela razão é quase infinito. É, portanto, compreensível como, em referência a Elohim, essas diferentes ações podem ser causadas por uma substância simples, que não inclui qualquer pluralidade ou qualquer elemento adicional. Os atributos encontrados na escritura são ou qualificações de atos, sem qualquer referência à essência, ou indicam plenitude absoluta, mas não implicam que a essência de Elohim seja um composto de vários elementos.) Pois, ao não admitir o termo "composto", eles não rejeitam a ideia de um composto quando admitem uma substância com atributos.
Ainda resta uma dificuldade que os levou a esse erro, e que vou mencionar agora: Aqueles que afirmam a existência dos atributos não baseiam sua opinião na variedade das ações de Elohim: eles dizem que é verdade que uma substância pode ser a fonte de vários efeitos, mas Seus atributos essenciais não poderiam ser qualificações de Suas ações, porque seria impossível imaginar que o criador criou a Si mesmo.
Eles divergem em relação aos chamados atributos essenciais—refiro-me ao número deles—de acordo com o texto da Escritura que cada um segue. Enumerarei aqueles sobre os quais todos concordam, e cujo conhecimento eles acreditam ter derivado do raciocínio, e não de algumas palavras dos Profetas, a saber, os seguintes quatro: vida, poder, sabedoria e vontade. Eles acreditam que essas são quatro coisas diferentes, e perfeições que não podem, de modo algum, estar ausentes do criador, e que essas não podem ser qualificações de Suas ações. Esta é a opinião deles.
ואשר תדעהו – כי ענין החכמה בו ית׳ הוא כענין החיים, להיות כל משיג עצמו חי וחכם בענין אחד; זה כשנרצה ב׳חכמה׳ – השגת עצמו. והעצם המשיג הוא בעצמו העצם המושג בלי ספק – שאינו לפי דעתנו מורכב משני דברים: דבר ישיג ודבר אחר לא ישיג, כאדם המורכב מנפש משגת וגוף בלתי משיג. וכשנרצה באמרנו: ׳חכם׳ – משיג עצמו יהיו החכמה והחיים ענין אחד. והם לא יביטו זה הענין אבל יביטו השיגו לברואיו.
Mas você deve saber que sabedoria e vida, em referência a Elohim, não são diferentes uma da outra: pois em todos os seres que são conscientes de si, vida e sabedoria são a mesma coisa, isto é, se por sabedoria entendermos a consciência. Além disso, o sujeito e o objeto dessa consciência são indubitavelmente idênticos [em relação a Elohim]: pois, segundo nossa opinião, não é composto de um elemento que apreende e outro que não apreende; não é como o Adam, que é uma combinação de néfesh consciente e um corpo inconsciente. Se, portanto, por "sabedoria" entendermos a faculdade de consciência de si, sabedoria e vida são uma e a mesma coisa. No entanto, eles não falam de sabedoria nesse sentido, mas de Seu poder de apreender Suas criaturas.
וכן בלא ספק היכולת והרצון: אין כל אחד מהם נמצא לבורא בבחינת עצמו, שהוא לא יוכל על עצמו ולא יתואר ברצותו עצמו – וזה מה שלא יְצַיְּרֵהוּ אדם. אבל אלו התארים אמנם יחשבום בבחינת יחסים מתחלפים בין האלוה ית׳ ובין ברואיו, וזה – שהוא יכול שיברא מה שיברא ורוצה להמציא הנמצא כפי מה שהמציאו ויודע במה שהמציא. הנה כבר התבאר לך שאלו התארים גם כן אינם בבחינת עצמו, אבל בבחינת הברואים.
Não há dúvida de que poder e vontade não existem no criador em referência a Si: pois Ele não pode ter poder ou vontade em relação a Si; não podemos imaginar tal coisa. Eles consideram esses atributos como diferentes relações entre Elohim e Suas criaturas, significando que Ele tem poder ao criar as coisas, vontade ao dar existência às coisas conforme Ele deseja, e sabedoria ao conhecer o que Ele criou. Consequentemente, esses atributos não se referem à essência de Elohim, mas expressam relações entre Ele e Suas criaturas.
Portanto, nós, que verdadeiramente mantemos a unicidade declaramos que, assim como não falamos que algum elemento esteja incluído na essência pela qual criou os céus, outra pela qual criou os [quatro] elementos, e uma terceira pelo qual criou as ideias, da mesma forma rejeitamos a ideia de que a essência contenha um elemento pelo qual tenha poder, outro elemento pelo qual tenha vontade, e um terceiro pelo qual tenha conhecimento de Suas criaturas. Pelo contrário é uma essência simples, sem qualquer elemento adicional; Ele criou o universo e o conhece, mas não por qualquer força extrínseca. Não há diferença se esses vários atributos se referem a Suas ações ou a relações entre Ele e Suas obras; na verdade, essas relações, como também mostramos, existem apenas nos pensamentos dos homens.
Isso é o que devemos acreditar em relação aos atributos que ocorrem nos livros dos Profetas: alguns também podem ser interpretados como expressivos da perfeição de Elohim por meio de comparação com o que consideramos como perfeições em nós, como iremos explicar.
