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Berahot 26a - Capítulo 4
אַקַּמְטְרָא — כִּכְלִי בְּתוֹךְ כְּלִי דָּמֵי. אָמַר רַבִּי יְהוֹשֻׁעַ בֶּן לֵוִי: סֵפֶר תּוֹרָה — צָרִיךְ לַעֲשׂוֹת לוֹ מְחִיצָּה עֲשָׂרָה. מָר זוּטְרָא אִיקְּלַע לְבֵי רַב אָשֵׁי, חַזְיֵיהּ לְדוּכְתֵּיהּ דְּמָר בַּר רַב אָשֵׁי דְּמַנַּח בֵּיהּ סֵפֶר תּוֹרָה וַעֲבֵיד לֵיהּ מְחִיצָה עֲשָׂרָה. אֲמַר לֵיהּ: כְּמַאן? כְּרַבִּי יְהוֹשֻׁעַ בֶּן לֵוִי? אֵימַר דְּאָמַר רַבִּי יְהוֹשֻׁעַ בֶּן לֵוִי דְּלֵית לֵיהּ בֵּיתָא אַחֲרִינָא, מָר הָא אִית לֵיהּ בֵּיתָא אַחֲרִינָא? אֲמַר לֵיהּ: לָאו אַדַּעְתַּאי.

Abaie disse: Eles só ensinaram que um utensílio dentro de um segundo utensílio é suficiente quando o utensílio não é deles, do pergaminho da Torá ou dos Tefilin, utensílio regular. Mas um utensílio que é seu utensílio regular, mesmo dez vasos são considerados como um utensílio, e a Torá ou Tefilin devem ser cobertos em outro utensílio não normalmente usado para esse fim. Rava disse: Um manto...

...no topo de um baú é como um utensílio dentro de um utensílio. Em um comentário semelhante, Rabi Iehoshua ben Levi disse: Aquele que deseja se envolver em relações conjugais em uma sala na qual houver um pergaminho da Torá, deve erguer uma partição de dez tefahim - larguras de um punho. A Guemará relata: Mar Zutra chegou à casa de Rav Ashi e viu que no quarto de seu filho Mar bar Rav Ashi, havia um pergaminho da Torá, e uma partição de dez larguras de mão havia sido erguida para ele. Ele lhe disse: De acordo com a opinião de quem, você fez isso? Está de acordo com a opinião do rabino Iehoshua ben Levi? Digamos que o rabino Iehoshua ben Levi tenha dito isso apenas como uma solução improvisada em situações exigentes, quando ele não tivesse outra sala para colocar [o pergaminho], mas você, Mestre, não teria outra sala onde você poderia colocar o pergaminho da Torá? Ele lhe disse: De fato, isso não entrou na minha mente.

כַּמָּה יַרְחִיק מֵהֶן וּמִן הַצּוֹאָה — אַרְבַּע אַמּוֹת. אָמַר רָבָא אָמַר רַב סְחוֹרָה אָמַר רַב הוּנָא: לֹא שָׁנוּ אֶלָּא לַאֲחוֹרָיו, אֲבָל לְפָנָיו — מַרְחִיק מְלֹא עֵינָיו, וְכֵן לִתְפִלָּה.

Aprendemos na mishná: E até onde alguém deve se distanciar de “mei raglaim” e da “tzoá” para recitar Shemá? Quatro côvados. Rava disse que Rav Seḥora tinha dito que Rav Huna havia falado: Eles só ensinaram que basta distanciar-se quatro côvados quando a “tzoá” estivesse atrás dele, mas se estivessem diante dele, ele deve se distanciar a ponto de não estar mais dentro de seu alcance de visão; e a halahá é a mesma para a reza.

אִינִי?! וְהָא אָמַר רַפְרָם בַּר פָּפָּא אָמַר רַב חִסְדָּא: עוֹמֵד אָדָם כְּנֶגֶד בֵּית הַכִּסֵּא וּמִתְפַּלֵּל! הָכָא בְּמַאי עָסְקִינַן? בְּבֵית הַכִּסֵּא שֶׁאֵין בּוֹ צוֹאָה.

A Guemará questiona: é isso mesmo? Mas, por acaso Rafram bar Pappa não tinha dito que Rav Ḥisda disse: Se pode ficar em frente a um banheiro e rezar. A Guemará resolve essa contradição: com o que estamos lidando aqui? Com um banheiro que não teria “tzoá” e, portanto, não haveria necessidade de se distanciar a esse ponto.

אִינִי?! וְהָאָמַר רַב יוֹסֵף בַּר חֲנִינָא: בֵּית הַכִּסֵּא שֶׁאָמְרוּ אַף עַל פִּי שֶׁאֵין בּוֹ צוֹאָה וּבֵית הַמֶּרְחָץ שֶׁאָמְרוּ, אַף עַל פִּי שֶׁאֵין בּוֹ אָדָם! אֶלָּא הָכָא בְּמַאי עָסְקִינַן — בְּחַדְתֵי.

A Guemará questiona novamente: É isso mesmo? Mas, por acaso o Rav Iossef bar Ḥanina não havia dito: O banheiro ao qual os Sábios se referiram em toda a auréola de distanciamento era mesmo aquele em que não houvesse “tzoá”, e a casa de banho a qual os Sábios se referiram em toda a auréola, na questão de se proferir assuntos sagrados, era a mesma em que não havia pessoas nuas. Em vez disso, com o que estaríamos lidando aqui? Estaríamos lidando com uma nova estrutura, construída como banheiro, mas ainda não utilizada para esse fim.

וְהָא מִיבְּעֵי לֵיהּ לְרָבִינָא: הִזְמִינוֹ לְבֵית הַכִּסֵּא, מַהוּ? יֵשׁ זִימּוּן, אוֹ אֵין זִימּוּן? כִּי קָא מִיבְּעֵי לֵיהּ לְרָבִינָא: לְמֵיקַם עֲלֵיהּ לְצַלּוֹיֵי בְּגַוֵּיהּ אֲבָל כְּנֶגְדּוֹ — לָא.

A Guemará questiona: Mas, por acaso isso já não teria sido proposto como um dilema por Ravina: Aquele que designou a estrutura para uso como banheiro, qual seria o seu status haláhico? A designação seria eficaz ou a designação não seria eficaz ? A Guemará responde: Quando Ravina propôs o dilema, foi para saber se alguém poderia ou não ficar de pé e rezar dentro daquele espaço, mas ele não tinha um questionamento sobre se alguém poderia ou não rezar em frente a isso.

אָמַר רָבָא: הָנֵי בָּתֵּי כִּסָּאֵי דְּפָרְסָאֵי אַף עַל גַּב דְּאִית בְּהוּ צוֹאָה — כִּסְתוּמִין דָּמוּ.

Rava disse: Esses banheiros persas, embora contivessem “tzoá”, eram considerados lacrados, pois eram construídos num declive para que a “tzoá” saísse do banheiro, pelo subterrâneo.

מַתְנִי׳ זָב שֶׁרָאָה קֶרִי, וְנִדָּה שֶׁפָּלְטָה שִׁכְבַת זֶרַע, וְהַמְשַׁמֶּשֶׁת שֶׁרָאֲתָה נִדָּה — צְרִיכִין טְבִילָה. וְרַבִּי יְהוּדָה פּוֹטֵר.

MISHNÁ: Continuando a discussão anterior sobre o halahot da imersão para o estudo da Torá e reza para alguém que fosse Zav, a mishná discutiu um caso em que indivíduos que já estariam ritualmente impuros com uma forma severa de impureza ritual e foram expostos à impureza de Zav também. Eles seriam obrigados a mergulhar no banho ritual e se purificarem, embora permaneceriam ritualmente impuros devido à impureza mais severa. Consequentemente, mesmo um zav, cuja impureza durasse pelo menos sete dias, que se tornou Zav, para a qual, se não fosse um zav, seria ritualmente impuro por apenas um dia; uma mulher Nidá que estivesse Zav, apesar de já estar ritualmente impura com um tipo mais severo, não seria afetada por sua imersão; e uma mulher que se envolveu em relações conjugais com o marido e depois viu sangue menstrual, todos estes casos exigiriam imersão. E Rabi Iehudá os isentava da imersão.

גְּמָ׳ אִיבַּעְיָא לְהוּ: בַּעַל קֶרִי, שֶׁרָאָה זִיבָה לְרַבִּי יְהוּדָה מַהוּ? כִּי פָּטַר רַבִּי יְהוּדָה הָתָם בְּזָב שֶׁרָאָה קֶרִי, דְּמֵעִיקָּרָא לָאו בַּר טְבִילָה הוּא. אֲבָל בַּעַל קֶרִי שֶׁרָאָה זִיבָה, דְּמֵעִיקָּרָא בַּר טְבִילָה הוּא מְחַיַּיב, אוֹ דִילְמָא לָא שְׁנָא.

GUEMARÁ: Um dilema foi proposto diante dos alunos da Ieshivá: Aquele que estivesse Ba’al Keri e, portanto, estivesse obrigado ao banho ritual, que mais tarde visse que se tornou um zav, de acordo com o rabino Iehudá, qual seria seu status haláhico? A Guemará explica os lados do dilema: Quando, em nossa mishná, Rabi Iehudá isentou um zav que se viu Keri da imersão ritual extra, foi porque desde o início ele não estava apto para a imersão ritual em questão, pois a imersão não seria eficaz para purificá-lo da impureza de zav; no entanto, aquele que estivesse Ba’al Keri”, que mais tarde viu que o tornou um zav, sendo que estaria apto para imersão e só mais tarde, se tornou ritualmente impuro com a impureza mais severa, que seria a de zav; neste caso, o Rabi Iehudá exigiria imersão? Ou talvez não houvesse diferença e ele estivesse isento de imersão em ambos os casos?

תָּא שְׁמַע הַמְשַׁמֶּשֶׁת וְרָאֲתָה נִדָּה צְרִיכָה טְבִילָה, וְרַבִּי יְהוּדָה פּוֹטֵר. וְהָא מְשַׁמֶּשֶׁת וְרָאֲתָה נִדָּה כְּבַעַל קֶרִי שֶׁרָאָה זִיבָה דָּמְיָא, וְקָא פָּטַר רַבִּי יְהוּדָה, שְׁמַע מִינַּהּ. תָּנֵי רַבִּי חִיָּיא בְּהֶדְיָא: בַּעַל קֶרִי שֶׁרָאָה זִיבָה צָרִיךְ טְבִילָה, וְרַבִּי יְהוּדָה פּוֹטֵר.

Para resolver esse dilema, venha e ouça o último caso da mishná: uma mulher que manteve relações conjugais com o marido e depois viu sangue menstrual precisaria de imersão ritual. E o Rabi Iehudá os isentava da imersão. Não seria o caso de a mulher que se envolveu em relações conjugais com o marido e depois viu o sangue menstrual como o caso daquele que seria Ba’al Keri”, e mais tarde viu que se tornou um zav, pois em ambos os casos, haveria uma impureza ritual menos severa seguida de uma impureza ritual mais severa; e, no entanto, o Rabi Iehudá isentava de imersão ritual extra. Conclua disso que o Rabi Iehudá não fazia distinção entre os casos. E, de fato, o Rabi Hí’a ensinou explicitamente: Aquele que fosse Ba’al Keri” que mais tarde visse que se tornou um zav precisa de imersão ritual, e o Rabi Iehudá isentava.



הדרן עלך מי שמתו

Que voltemos a ti [capítulo]: ...aquele cujo falecido!

O capítulo 3 iniciou na página 17b, com a frase:

מַתְנִי׳ מִי שֶׁמֵּתוֹ מוּטָּל לְפָנָיו — פָּטוּר מִקְּרִיאַת שְׁמַע וּמִן הַתְּפִלָּה וּמִן הַתְּפִילִּין, וּמִכָּל מִצְוֹת הָאֲמוּרוֹת בַּתּוֹרָה.

MISHNÁ: Aquele cujo parente falecido for colocado insepulto diante de si, está isento da recitação de Shemá, da reza chamada Amidá e da mitzvá para colocar Tefilin, bem como todas as mitzvot positivas mencionadas na Torá, até que o falecido tenha sido sepultado.

מַתְנִי׳ תְּפִלַּת הַשַּׁחַר עַד חֲצוֹת. רַבִּי יְהוּדָה אוֹמֵר: עַד אַרְבַּע שָׁעוֹת. תְּפִלַּת הַמִּנְחָה עַד הָעֶרֶב, רַבִּי יְהוּדָה אוֹמֵר: עַד פְּלַג הַמִּנְחָה.

MISHNÁ: Esta mishná procura determinar os tempos além dos quais, diferentes rezas não poderiam ser recitadas. De acordo com os rabinos, a reza matinal poderia ser recitada até o meio-dia. O Rabi Iehudá disse: Se pode recitar apenas até a quarta hora após o nascer do sol. De acordo com os rabinos, a reza vespertina poderia ser recitada até a noite. O Rabi Iehudá disse: Se pode recitar apenas até o meio da tarde [o período apelidado, “pelag há-min’ḥá”], ou seja, o ponto mediano que começaria com o momento em que era feito no Templo, a oferta diária vespertina e terminaria ao anoitecer, que seria o “final da tarde”.

תְּפִלַּת הָעֶרֶב אֵין לָהּ קֶבַע. וְשֶׁל מוּסָפִים כׇּל הַיּוֹם, רַבִּי יְהוּדָה אוֹמֵר: עַד שֶׁבַע שָׁעוֹת.

A reza vespertina poderia ser recitada durante toda a noite e não seria fixada a uma hora específica. De acordo com os rabinos, a reza adicional poderia ser recitada durante todo o dia. O Rabi Iehudá disse: Se pode recitar apenas até a sétima hora após o nascer do sol.

גְּמָ׳ וּרְמִינְהוּ: מִצְוָתָהּ עִם הָנֵץ הַחַמָּה, כְּדֵי שֶׁיִּסְמוֹךְ גְּאוּלָּה לִתְפִלָּה, וְנִמְצָא מִתְפַּלֵּל בַּיּוֹם!

GUEMARÁ: Aprendemos na mishná que a reza matinal só poderia ser recitada até algumas horas do período diurno. A Guemará propõe uma contradição com base no que foi ensinado num baraita: A mitzvá seria recitar o Shemá matinal com o nascer do sol para que se justaponha a [menção da] redenção, que seria citada nas bênçãos após o Shemá à reza Amida, que era recitada imediatamente após o nascer do sol, e desse modo, que a pessoa esteja rezando durante o dia. Claramente, o momento de recitar a reza da manhã é imediatamente após o nascer do sol.

כִּי תַּנְיָא הַהִיא לְוָתִיקִין. דְּאָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: וָתִיקִין הָיוּ גּוֹמְרִים אוֹתָהּ עִם הָנֵץ הַחַמָּה.

A Guemará responde: Este baraita não estabelece uma halahá obrigatória. Em vez disso, ele ensina essa regra especificamente em relação àqueles que eram escrupulosos no cumprimento das mitzvot [os chamados, vatikin]. Como disse o Rabi Iohanan: Os Vatikin terminavam de recitar o Shemá matinal com o nascer do sol, mas aqueles que não eram vatikin poderiam recitar suas rezas mais tarde.

וְכוּלֵּי עָלְמָא עַד חֲצוֹת וְתוּ לָא, וְהָאָמַר רַב מָרִי בְּרֵיהּ דְּרַב הוּנָא בְּרֵיהּ דְּרַבִּי יִרְמְיָה בַּר אַבָּא אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: טָעָה וְלֹא הִתְפַּלֵּל עַרְבִית — מִתְפַּלֵּל בְּשַׁחֲרִית שְׁתַּיִם, שַׁחֲרִית — מִתְפַּלֵּל בְּמִנְחָה שְׁתַּיִם.

A Guemará pergunta: Todos mantinham que se poderia recitar a reza matinal apenas até o meio-dia e não mais tarde? Mas, por acaso o Rav Mari, filho do Rav Huna, filho de Rabi Irmeia bar Abba, não havia dito que o Rabi Iohanan tinha ensinado que: Aquele que errasse e não recitasse a reza noturna, rezaria na reza matinal, duas rezas Amidá, e quem errasse e não recitasse a reza matinal, rezaria na reza da tarde duas rezas Amidá? Aparentemente então, a reza matinal poderia ser recitada até a noite, pelo menos no caso da pessoa esquecer de recitá-la pela manhã.

כּוּלֵּי יוֹמָא מְצַלֵּי וְאָזֵיל, עַד חֲצוֹת, יָהֲבִי לֵיהּ שְׂכַר תְּפִלָּה בִּזְמַנָּהּ, מִכָּאן וְאֵילָךְ, שְׂכַר תְּפִלָּה — יָהֲבִי לֵיהּ, שְׂכַר תְּפִלָּה בִּזְמַנָּהּ — לָא יָהֲבִי לֵיהּ.

A Guemará responde: De fato, se pode continuar rezando o dia inteiro. No entanto, se ele rezou até o meio-dia, lhe recompensavam por recitar a reza no horário marcado. Se ele rezou dali em diante, lhe recompensavam por recitar a reza. Eles não recompensavam por recitar a reza na hora marcada.

אִיבַּעְיָא לְהוּ: טָעָה וְלֹא הִתְפַּלֵּל מִנְחָה, מַהוּ שֶׁיִּתְפַּלֵּל עַרְבִית שְׁתַּיִם? אִם תִּמְצָא לוֹמַר, טָעָה וְלֹא הִתְפַּלֵּל עַרְבִית מִתְפַּלֵּל שַׁחֲרִית שְׁתַּיִם, מִשּׁוּם דְּחַד יוֹמָא הוּא, דִּכְתִיב: ״וַיְהִי עֶרֶב וַיְהִי בֹקֶר יוֹם אֶחָד״, אֲבָל הָכָא תְּפִלָּה בִּמְקוֹם קׇרְבָּן הִיא, וְכֵיוָן דְּעָבַר יוֹמוֹ בָּטַל קׇרְבָּנוֹ. אוֹ דִילְמָא כֵּיוָן דִּצְלוֹתָא רַחֲמֵי הִיא, כׇּל אֵימַת דְּבָעֵי מְצַלֵּי וְאָזֵיל.

Sobre aquele que se esqueceu de rezar e procura compensar a reza que perdeu, um dilema foi proposto diante deles no BEIT MIDRASH: Aquele que errou e não recitou a reza vespertina, qual é a regra? Ele poderia recitar na reza noturna, duas rezas Amida? A Guemará articula os lados do dilema: Se você disser que aquele que errou e não rezou a reza noturna, rezaria na reza matinal, duas rezas Amidá para compensar, talvez, essa seja a regra porque a tarde e a manhã fazem parte de um mesmo dia, como está escrito: "E foi tarde e foi manhã, dia um" (Bereshit 1:5), a tarde e a manhã seguinte constituiriam uma única unidade. Mas aqui, no caso em discussão, talvez a reza estivesse no lugar da oferta. Uma vez que no caso da oferta dizemos, desde que seu dia passou, sua oferta é inválida e não haveria como compensar a oportunidade perdida, o mesmo deveria ser verdade para a reza. Ou, talvez diríamos, já que a reza seria uma súplica, sempre que se desejasse, pode continuar a rezar?

תָּא שְׁמַע דְּאָמַר רַב הוּנָא בַּר יְהוּדָה אָמַר רַבִּי יִצְחָק אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: טָעָה וְלֹא הִתְפַּלֵּל מִנְחָה — מִתְפַּלֵּל עַרְבִית שְׁתַּיִם, וְאֵין בָּזֶה מִשּׁוּם דְּעָבַר יוֹמוֹ בָּטַל קׇרְבָּנוֹ.

Venha e ouça uma resolução para este dilema a partir do que o Rav Huna bar Iehudá disse que o Rabi Itzhak tinha dito, a respeito do que o Rabi Iohanan disse: Aquele que errou e não recitou a reza vespertina, rezaria na reza noturna duas rezas Amidá e não haveria nenhum elemento do [conceito de]: “seu dia passou, sua oferta seria inválida”.

מֵיתִיבִי. ״מְעֻוָּת לֹא יוּכַל לִתְקֹן וְחֶסְרוֹן לֹא יוּכַל לְהִמָּנוֹת״: ״מְעֻוָּת לֹא יוּכַל לִתְקֹן״ — זֶה שֶׁבִּטֵּל קְרִיאַת שְׁמַע שֶׁל עַרְבִית וּקְרִיאַת שְׁמַע שֶׁל שַׁחֲרִית, אוֹ תְּפִלָּה שֶׁל עַרְבִית אוֹ תְּפִלָּה שֶׁל שַׁחֲרִית. ״וְחֶסְרוֹן לֹא יוּכַל לְהִמָּנוֹת״ — זֶה שֶׁנִּמְנוּ חֲבֵירָיו לִדְבַר מִצְוָה, וְלֹא נִמְנָה עִמָּהֶם.

Com relação à possibilidade de compensar uma reza que se deixou de recitar na hora marcada, a Guemará propõe uma objeção com base no que foi ensinado num baraita. O sentido do versículo: מְעֻוָּת לֹא יוּכַל לִתְקֹן "Não se pode endireitar o que é torno, וְחֶסְרוֹן לֹא יוּכַל לְהִמָּנוֹת não se pode contar o que não existe" (Kohelet 1:15), é o seguinte: A frase מְעֻוָּת לֹא יוּכַל לִתְקֹן Não se pode endireitar o que é torno se refere àquele que omitiu o Shemá vespertino e o Shemá matinal, ou a reza vespertina, ou a reza matinal. E [a frase] וְחֶסְרוֹן לֹא יוּכַל לְהִמָּנוֹת não se pode contar o que não existe, considerando a expressão לְהִמָּנוֹת como referência àqueles cujos amigos chegaram a um consenso נִּמְנוּ para realizarem uma mitzvá e a pessoa não נִמְנָה fez parte do consenso deles e, consequentemente, perdeu a oportunidade de se juntar a eles na execução da mitzvá. Este baraita estariam então dizendo que, não há como compensar uma reza perdida.

אָמַר רַבִּי יִצְחָק אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: הָכָא בְּמַאי עָסְקִינַן — שֶׁבִּטֵּל בְּמֵזִיד.

Para resolver essa dificuldade, o Rabi Itzhak disse que o Rabi Iohanan havia dito: Com o que estamos lidando aqui neste baraita? Estamos lidando com um caso em que alguém intencionalmente falhou em recitar a reza. Só assim ele não teria como resolver. No entanto, aquele que deixou de rezar devido a erro involuntário, ele pode compensar a reza perdida recitando a próxima reza, duas vezes.

אָמַר רַב אָשֵׁי: דַּיְקָא נָמֵי, דְּקָתָנֵי ״בִּטֵּל״, וְלָא קָתָנֵי ״טָעָה״, שְׁמַע מִינַּהּ.

O Rav Ashi disse: A linguagem do baraita também é precisa, pois ensina usando o termo בִּטֵּל “omitiu” e não o termo טָעָה “errou”. Isso indicaria que a halahá seria diferente no caso de erro. A Guemará conclui: De fato, aprenda com isso.