Save "Berahot 25a"
אֲבָל לִתְפִלָּה עַד שֶׁיְּכַסֶּה אֶת לִבּוֹ.

No entanto, para a reza, não se pode recitar até que cubra o coração, porque na reza a pessoa se dirige diretamente ao divino e deveria se vestir de acordo.

וְאָמַר רַב הוּנָא: שָׁכַח וְנִכְנַס בִּתְפִילִּין לְבֵית הַכִּסֵּא — מַנִּיחַ יָדוֹ עֲלֵיהֶן עַד שֶׁיִּגְמוֹר. עַד שֶׁיִּגְמוֹר סָלְקָא דַעְתָּךְ?! אֶלָּא כִּדְאָמַר רַב נַחְמָן בַּר יִצְחָק: עַד שֶׁיִּגְמוֹר עַמּוּד רִאשׁוֹן. וְלִפְסוֹק לְאַלְתַּר וְלֵיקוּם? מִשּׁוּם דְּרַבָּן שִׁמְעוֹן בֶּן גַּמְלִיאֵל, דְּתַנְיָא: רַבָּן שִׁמְעוֹן בֶּן גַּמְלִיאֵל אוֹמֵר, עַמּוּד הַחוֹזֵר — מֵבִיא אֶת הָאָדָם לִידֵי הִדְרוֹקָן, סִילוֹן הַחוֹזֵר — מֵבִיא אֶת הָאָדָם לִידֵי יֵרָקוֹן.

E o Rav Huna disse: E sobre o caso de quem esqueceu e entrou no banheiro enquanto estava com Tefilin, e coloca a mão por cima deles, até terminar. A Guemará se pergunta: Mas, entra em sua mente dizer que se poderia fazer isso até terminar? Mas, não! Em vez disso, entenda a instrução como disse o Rav Naḥman bar Itzhak: Até que ele termine de eliminar a primeira massa de Tzo'á, só depois disso, pode sair e remover seus Tefilin. A Guemará questiona: Então se for assim, que pare imediatamente quando se der conta de que está com o Tefilin colocado e se levante e saia! A Guemará responde: Ele não pode fazer isso por causa da declaração do Raban Shimon ben Gamliel. Conforme foi ensinado num baraita: Uma massa de Tzo'á que estiver retida sem ter sido eliminada faz com que uma pessoa sofra de hidrokan [edema], enquanto um fluxo de urina que estiver retido faz com que uma pessoa sofra de ierakon [icterícia]. Considerando haver perigo potencial, os Sábios não exigiram que a pessoa parasse.

אִתְּמַר: צוֹאָה עַל בְּשָׂרוֹ, אוֹ יָדוֹ מוּנַּחַת בְּבֵית הַכִּסֵּא, רַב הוּנָא אָמַר: מוּתָּר לִקְרוֹת קְרִיאַת שְׁמַע. רַב חִסְדָּא אָמַר: אָסוּר לִקְרוֹת קְרִיאַת שְׁמַע. אָמַר רָבָא: מַאי טַעְמָא דְּרַב הוּנָא — דִּכְתִיב: ״כֹּל הַנְּשָׁמָה תְּהַלֵּל יָהּ הַלְלוּיָהּ״.

Foi afirmado que os Sábios discordavam em relação a situação daquele que tivesse Tzo'á em sua pele ou nas mãos, mas não o resto de seu corpo; e foi situado dentro do banheiro. Nessas circunstâncias, o Rav Huna disse: A pessoa teria permissão para recitar o Shemá. O Rav Ḥisda disse: A pessoa estaria proibida de recitar o Shemá! Rava disse: Qual é a razão da opinião do Rav Huna? É conforme está escrito: "Toda neshamá louve ao HaShem; Alelu’iah" (Tehilim 150:6), que ele interpretava como: "Que tudo o que tem respiração..." [neshima]. Enquanto a boca com que se recita louvor estivesse em um lugar de pureza [possível de respirar], a localização dos outros membros de seu corpo seria então, irrelevante.

וְרַב חִסְדָּא אָמַר: אָסוּר לִקְרוֹת קְרִיאַת שְׁמַע. מַאי טַעְמָא דְּרַב חִסְדָּא — דִּכְתִיב: ״כׇּל עַצְמוֹתַי תֹּאמַרְנָה ה׳ מִי כָמוֹךָ״.

E o Rav Ḥisda disse: Ele estaria proibido de recitar Shemá. Qual é a razão da opinião do Rav Ḥisda? É como está escrito: "Todos os meus ossos dirão: HaShem, que é semelhante a Ti" (Tehilim 35:10). Uma vez que esse louvor seria recitado com todo o corpo, não pode recitar Shemá, mesmo que apenas uma parte deste corpo, não esteja adequadamente limpo.

אִתְּמַר: רֵיחַ רַע שֶׁיֵּשׁ לוֹ עִיקָּר — רַב הוּנָא אָמַר: מַרְחִיק אַרְבַּע אַמּוֹת, וְקוֹרֵא קְרִיאַת שְׁמַע. וְרַב חִסְדָּא אָמַר: מַרְחִיק אַרְבַּע אַמּוֹת מִמְּקוֹם שֶׁפָּסַק הָרֵיחַ, וְקוֹרֵא קְרִיאַת שְׁמַע.

Foi dito que os Sábios discordavam sobre uma questão semelhante: Qual seria o estatuto haláhico da situação onde um odor fétido emanasse de uma fonte visível? Rav Huna disse: A pessoa se distancia quatro côvados da fonte do odor e recita o Shemá. E Rav Ḥisda disse: Saber onde está a fonte é irrelevante; a pessoa se distancia quatro côvados do lugar onde cessou de sentir o odor e recita o Shemá.

תַּנְיָא כְּוָתֵיהּ דְּרַב חִסְדָּא: לֹא יִקְרָא אָדָם קְרִיאַת שְׁמַע, לֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת אָדָם, וְלֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת כְּלָבִים, וְלֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת חֲזִירִים, וְלֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת תַּרְנְגוֹלִים, וְלֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת אַשְׁפָּה שֶׁרֵיחָהּ רָע. וְאִם הָיָה מָקוֹם גָּבוֹהַּ עֲשָׂרָה טְפָחִים אוֹ נָמוּךְ עֲשָׂרָה טְפָחִים — יוֹשֵׁב בְּצִדּוֹ וְקוֹרֵא קְרִיאַת שְׁמַע. וְאִם לָאו — מַרְחִיק מִמֶּנּוּ מְלוֹא עֵינָיו. וְכֵן לִתְפִלָּה. רֵיחַ רַע שֶׁיֵּשׁ לוֹ עִיקָּר — מַרְחִיק אַרְבַּע אַמּוֹת מִמְּקוֹם הָרֵיחַ, וְקוֹרֵא קְרִיאַת שְׁמַע.

A Guemará observa que foi ensinado num baraita de acordo com a opinião do Rav Ḥisda: Não se pode recitar o Shemá perante Tzo'á humana, Tzo'á de cães, Tzo'á de porcos, Tzo'á de galinha, monte de tzo'á com mau cheiro ou qualquer coisa repulsiva. No entanto, se a imundície estivesse num lugar dez punhos acima ou dez punhos abaixo da pessoa, poderia [até] se sentar ao lado disso e recitar Shemá; posto que, uma disparidade de altura de dez punhos a tornaria um domínio separado. E se a imundície não estivesse dez punhos acima ou abaixo dele, deveria se distanciar até que permanecesse além de seu alcance de visão. E o mesmo vale para a reza. No entanto, a partir de um odor fétido com uma fonte visível, se deve distanciar quatro côvados do lugar que o odor cessou e [só então] recitar o Shemá.

אָמַר רָבָא: לֵית הִלְכְתָא כִּי הָא מַתְנִיתָא בְּכָל הָנֵי שְׁמַעְתָּתָא, אֶלָּא כִּי הָא דְּתַנְיָא: לֹא יִקְרָא אָדָם קְרִיאַת שְׁמַע לֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת אָדָם, וְלֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת חֲזִירִים וְלֹא כְּנֶגֶד צוֹאַת כְּלָבִים בִּזְמַן שֶׁנָּתַן עוֹרוֹת לְתוֹכָן.

Rava disse: A halahá não está de acordo com este baraita em todas essas decisões, mas sim de acordo com o que foi ensinado em outro baraita: Não se pode recitar o Shemá, nem perante Tzo'á humana - em todas as circunstâncias – nem perante excrementos de porcos, nem perante Tzo'á de cães, nos quais as peles tenham sido colocadas para procedimentos de curtume; mas, outros materiais não contaminariam o local da reza. [NT: Os curtidores trabalhavam com esterco animal ou cérebros no couro, batendo-os com paus ou amassando-os em outro tanque de fezes e água. Isso tudo era feito porque a combinação de enzimas bacterianas encontradas nas fezes dos animais, combinada com amassar ou bater, fermentaria a pele do animal e a tornaria muito mais flexível. Apropriadamente, você nunca encontraria curtumes perto do centro das antigas cidades.]

בְּעוֹ מִינֵּיהּ מֵרַב שֵׁשֶׁת: רֵיחַ רַע שֶׁאֵין לוֹ עִיקָּר, מַהוּ? אָמַר לְהוּ: אֲתוֹ חֲזוֹ הָנֵי צִיפֵּי דְבֵי רַב, דְּהָנֵי גָּנוּ וְהָנֵי גָּרְסִי. וְהָנֵי מִילֵּי בְּדִבְרֵי תוֹרָה, אֲבָל בִּקְרִיאַת שְׁמַע — לָא. וְדִבְרֵי תוֹרָה נָמֵי לָא אֲמַרַן, אֶלָּא דְּחַבְרֵיהּ, אֲבָל דִּידֵיהּ — לָא.

Eles propuseram um dilema perante o Rav Sheshet: Qual seria o status haláhico da seguinte situação: um odor fétido que não teria fonte visível ?- por exemplo – flatulência. Ele disse: Venham e Vejam estes tapetes na sala de estudo. Pois estes alunos dormem neles e estes outros alunos estudam no mesmo espaço, e [eles] não estão preocupados com os maus odores. No entanto, isso só se aplica ao estudo da Torá porque não há alternativa, mas não à recitação de Shemá. E com relação ao estudo da Torá dissemos que só é permitido quando o odor se originou de outro, mas não quando se originou de si mesmo.

אִתְּמַר: צוֹאָה עוֹבֶרֶת — אַבָּיֵי אָמַר: מוּתָּר לִקְרוֹת קְרִיאַת שְׁמַע. רָבָא אָמַר: אָסוּר לִקְרוֹת קְרִיאַת שְׁמַע.

Foi declarado que os Sábios discordavam sobre uma questão paralela: Qual seria a halahá em relação a uma situação em que, Tzo'á passaram diante da pessoa, porque estavam sendo movidas de um lugar para outro? Abaie declarou: Seria permitido recitar o Shemá perante tal situação. Enquanto Rava disse: Seria proibido recitar Shemá perante tal situação.

אָמַר אַבָּיֵי: מְנָא אָמֵינָא לַהּ — דִּתְנַן: הַטָּמֵא עוֹמֵד תַּחַת הָאִילָן וְהַטָּהוֹר עוֹבֵר — טָמֵא. טָהוֹר עוֹמֵד תַּחַת הָאִילָן וְטָמֵא עוֹבֵר — טָהוֹר. וְאִם עָמַד — טָמֵא. וְכֵן בְּאֶבֶן הַמְנוּגַּעַת.

Abaie disse: De onde eu declaro essa halahá? Declaro com base no que aprendemos numa mishná: Aquele que fosse afligido com Tzara’at, tornaria a área sob qualquer cobertura sob a qual estivesse localizado, ritualmente impura. Num caso em que o Metzorá estivesse de pé sob os galhos de uma árvore e uma pessoa ritualmente pura passasse sob os galhos dessa mesma árvore, a pessoa ritualmente pura se tornaria ritualmente impura, pois toda a área sob essa cobertura seria ritualmente impura. No entanto, se a pessoa ritualmente pura estivesse de pé sob a árvore e o Metzorá que é ritualmente impuro passasse, a pessoa permaneceria ritualmente puro. E se o Metzorá parasse debaixo da árvore, a pessoa ritualmente pura seria imediatamente tornada ritualmente impura. O mesmo aconteceria com relação a uma pedra [que estivesse] contaminada com Tzara’at (tal qual, Vaicrá 14), na medida em que, se ela estivesse apenas sendo movida de um lugar para outro, não causaria impureza ritual. O resultado é que a impureza ritual só seria disseminada em todas as direções, quando a fonte da impureza ritual estivesse estacionária.

וְרָבָא אָמַר לָךְ: הָתָם בִּקְבִיעוּתָא תַּלְיָא מִילְּתָא, דִּכְתִיב ״בָּדָד יֵשֵׁב מִחוּץ לַמַּחֲנֶה מוֹשָׁבוֹ״. הָכָא, ״וְהָיָה מַחֲנֶיךָ קָדוֹשׁ״ אָמַר רַחֲמָנָא, וְהָא לֵיכָּא.

E Rava poderia ter dito: Lá, no caso da Tzara’at, a impureza ritual depende da permanência no lugar, conforme o que foi dito em relação ao Metzorá, pois está escrito: "Ele habitará só...; fora do acampamento será a sua morada" (Vaicrá 13:46). Sua impureza ritual estaria em sua morada permanente apenas. Aqui, com relação à obrigação de se distanciar de algo repulsivo, a Torá declarou o princípio: "E o teu acampamento será sagrado" (Devarim 23:15), e não há consagração nessas circunstâncias.

אָמַר רַב פָּפָּא: פִּי חֲזִיר כְּצוֹאָה עוֹבֶרֶת דָּמֵי. פְּשִׁיטָא! לָא צְרִיכָא אַף עַל גַּב דְּסָלֵיק מִנַּהֲרָא.

Sobre este assunto, o Rav Pápa disse: A boca de um porco é como [a situação descrita antes em que] Tzo'á [que estão sendo transportadas,] passam. A Guemará pergunta: Mas, isso é óbvio! Qual o objetivo de dizer isso? A Guemará responde: Não, só foi necessário ensinar esta halahá para ilustrar que, embora o porco tenha emergido do rio e se pudesse supor que sua foz estaria limpa por isso, ela nunca se torna completamente limpa.

אָמַר רַב יְהוּדָה: סְפֵק צוֹאָה — אֲסוּרָה. סְפֵק מֵי רַגְלַיִם — מוּתָּרִים. אִיכָּא דְאָמְרִי, אָמַר רַב יְהוּדָה: סְפֵק צוֹאָה, בַּבַּיִת — מוּתֶּרֶת, בָּאַשְׁפָּה — אֲסוּרָה. סְפֵק מֵי רַגְלַיִם — אֲפִילּוּ בָּאַשְׁפָּה נָמֵי מוּתָּרִין.

Rav Iehudá disse: Se houver incerteza quanto à presença de Tzo'á, por exemplo, se há dúvida sobre se algo é ou não Tzo'á e, portanto, se é ou não permitido pronunciar assuntos sagrados ali, é proibido fazer ritos ali. No entanto, se houver incerteza quanto à presença de urina, seria permitido. Alguns disseram uma versão alternativa disso. Na versão alternativa, o Rav Iehudá teria dito: Se houver incerteza quanto à presença de Tzo'á, em casa se pode supor que não há fezes presentes e seria permitido falar assuntos sagrados, mas se houver dúvida quanto à presença de Tzo'á na pilha de tzo'á seria proibido fazer ritos ali. Se houver incerteza quanto à presença de Mei Raglaim, no entanto, mesmo que na pilha de tzo'á, seria permitido fazer ritos.

סָבַר לַהּ כִּי הָא דְּרַב הַמְנוּנָא, דְּאָמַר רַב הַמְנוּנָא: לֹא אָסְרָה תּוֹרָה אֶלָּא כְּנֶגֶד עַמּוּד בִּלְבַד.

Ele tinha a opinião, de acordo com o que Rav Hamnuna disse , conforme o Rav Hamnuna disse: A Torá proibiu o pronunciamento de assuntos sagrados apenas perante o fluxo de Mei Raglaim.

וְכִדְרַבִּי יוֹנָתָן. דְּרַבִּי יוֹנָתָן רָמֵי: כְּתִיב ״וְיָד תִּהְיֶה לְךָ מִחוּץ לַמַּחֲנֶה וְיָצָאתָ שָׁמָּה חוּץ״, וּכְתִיב: ״וְיָתֵד תִּהְיֶה לְךָ וְגוֹ׳ וְכִסִּיתָ אֶת צֵאָתֶךָ״.

E de acordo com a opinião do rabino Ionatan, conforme o rabino Ionatan apontou uma contradição entre dois versículos: Por um lado está escrito: "Você também terá um lugar fora do acampamento, para onde irá" (Devarim 23:13), o que significaria que alguém deveria sair do acampamento, antes de atender às suas necessidades corporais, mas não haveria obrigação de cobrir; e está escrito em outro verso: "E terás uma pá entre as tuas armas; e quando te aliviares lá fora, cavarás com ela, e voltarás para trás e cobrirás os tua Tzo'á" (Devarim 23:14), indicando uma clara obrigação de esconder os tzo'á.

הָא כֵּיצַד? כָּאן בִּגְדוֹלִים, כָּאן בִּקְטַנִּים. אַלְמָא קְטַנִּים לֹא אָסְרָה תּוֹרָה אֶלָּא כְּנֶגֶד עַמּוּד בִּלְבַד. הָא נְפוּל לְאַרְעָא — שְׁרֵי, וְרַבָּנַן הוּא דִּגְזַרוּ בְּהוּ, וְכִי גְזַרוּ בְּהוּ רַבָּנַן — בְּוַדָּאָן, אֲבָל בִּסְפֵקָן — לָא גְזוּר.

Ele mesmo resolveu essa contradição, da seguinte forma: Como isso seria resolvido? Aqui, onde se exige ocultar suas necessidades corporais, o texto se refere a Tzo'á. E aqui, onde não há exigência de esconder suas necessidades corporais, o texto se refere à Mei Raglaim. Consequentemente, no que diz respeito à Mei Raglaim, recitar Shemá só era proibido pela lei da Torá, em frente a um fluxo de Mei Raglaim, mas uma vez que tenha caído no chão, seria permitido. E os Sábios seriam aqueles que emitiram um decreto em relação à Mei Raglaim. E quando eles emitiram um decreto, foi apenas num caso onde sua presença seria certa , mas num caso de presença incerta, eles não emitiram um decreto.

וּבְוַדָּאָן עַד כַּמָּה? אָמַר רַב יְהוּדָה אָמַר שְׁמוּאֵל: כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין. וְכֵן אָמַר רַבָּה בַּר בַּר חָנָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין. וְכֵן אָמַר עוּלָּא: כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין. גְּנִיבָא מִשְּׁמֵיהּ דְּרַב אָמַר: כׇּל זְמַן שֶׁרִשּׁוּמָן נִיכָּר.

A Guemará pergunta: Num caso de presença certa de urina, até quando e em que situação, esta presença impediria alguém de pronunciar assuntos sagrados? Rav Iehudá disse que o Shmuel havia dito: Desde que estivesse molhado o suficiente para umedecer as mãos de quem o tocasse. E assim também, Raba bar bar Ḥana disse que o rabino Iohanan teria dito: Desde que umedeça. E assim também, Ula disse: Desde que umedeça. Guenivá, em nome de Rav disse: Seria proibido recitar temas sagrados, posto que a marca [de Mei Raglaim] seria aparente no chão, impossibilitando dizer que a presença daquilo não seria evidente.

אָמַר רַב יוֹסֵף: שְׁרָא לֵיהּ מָרֵיהּ לִגְנִיבָא, הַשְׁתָּא צוֹאָה אָמַר רַב יְהוּדָה אָמַר רַב כֵּיוָן שֶׁקָּרְמוּ פָּנֶיהָ — מוּתָּר, מֵי רַגְלַיִם מִיבַּעְיָא?!

Rav Iossef disse: Que Elohim seu Mestre, perdoe Guenivá, pois Rav não poderia ter dito tal coisa. Ele deve ter se equivocado. Agora, se no caso de tzo'á, Rav Iehudá disse que o Rav havia dito: Uma vez que sua superfície tenha secado o suficiente para formar uma crosta, seria permitido pronunciar assuntos sagrados ali; Seria necessário dizer que perante urina seca, seria permitido?

אָמַר לֵיהּ אַבָּיֵי: מַאי חָזֵית דְּסָמְכַתְּ אַהָא, סְמוֹךְ אַהָא, דְּאָמַר רַבָּה בַּר רַב הוּנָא אָמַר רַב: צוֹאָה, אֲפִילּוּ כְּחֶרֶס — אֲסוּרָה.

Abaie disse: O que você viu que o levou a confiar naquela halahá? Confie nesta halahá; tal qual o Raba bar Rav Huna disse que Rav havia dito: Proferir assuntos sagrados perante tzo'á, mesmo que seja tão seco quanto barro, é terminantemente proibido!

וְהֵיכִי דָּמֵי צוֹאָה כְּחֶרֶס? אָמַר רַבָּה בַּר בַּר חָנָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: כׇּל זְמַן שֶׁזּוֹרְקָה וְאֵינָהּ נִפְרֶכֶת. וְאִיכָּא דְאָמְרִי: כׇּל זְמַן שֶׁגּוֹלְלָהּ וְאֵינָהּ נִפְרֶכֶת.

A Guemará pergunta: Quais seriam as circunstâncias das tzo'á como o barro? Raba bar bar Ḥana disse que o rabino Ionahan havia dito: Desde que alguém o jogasse e não desmoronasse, ainda seria considerado úmido. E alguns disseram: desde que se pudesse rolar de um lugar para outro e não desmoronasse.

אָמַר רָבִינָא: הֲוָה קָאֵימְנָא קַמֵּיהּ דְּרַב יְהוּדָה מִדִּיפְתִּי חֲזָא צוֹאָה, אֲמַר לִי: עַיֵּין אִי קָרְמוּ פָּנֶיהָ אִי לָא. אִיכָּא דְאָמְרִי הָכִי אֲמַר לֵיהּ: עַיֵּין אִי מִפְּלַאי אִפְּלוֹיֵי.

Ravina disse: Eu estava perante Rav Iehudá de Difti no momento em que ele viu tzo'á. Ele me disse: Examine e veja se sua superfície secou o suficiente para formar uma crosta. Alguns disseram que ele lhe teria dito o seguinte: Examine e veja se está rachado, pois só assim é considerado seco.

מַאי הָוֵי עֲלַהּ? אִתְּמַר: צוֹאָה כְּחֶרֶס, אֲמֵימַר אָמַר אֲסוּרָה, וּמַר זוּטְרָא אָמַר מוּתֶּרֶת. אָמַר רָבָא: הִלְכְתָא: צוֹאָה כְּחֶרֶס אֲסוּרָה, וּמֵי רַגְלַיִם כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין.

Uma vez que, várias opiniões foram expressas sobre o assunto, a Guemará pergunta: Qual conclusão haláhica se chegou sobre isso? Foi declarado que a halahá seria passível de disputa: Sobre recitar temas considerados sagrados perante Tzo'á tão secas quanto barro; Ameimar disse: É proibido, e Mar Zutra disse: É permitido. Rava disse que a halahá seria: Perante Tzo'á tão secas quanto barro seria proibido, e perante urina, seria proibido, desde que úmida.

מֵיתִיבִי: מֵי רַגְלַיִם כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין — אֲסוּרִין, נִבְלְעוּ אוֹ יָבְשׁוּ — מוּתָּרִים. מַאי לָאו נִבְלְעוּ דֻּומְיָא דְּיָבְשׁוּ, מָה יָבְשׁוּ דְּאֵין רִשּׁוּמָן נִיכָּר, אַף נִבְלְעוּ — דְּאֵין רִשּׁוּמָן נִיכָּר. הָא רִשּׁוּמָן נִיכָּר — אָסוּר, אַף עַל גַּב דְּאֵין מַטְפִּיחִין!

A Guemará propôs uma objeção com base no que foi ensinado numa baraita: Urina, desde que úmida seria proibida. Se foi absorvida no solo ou seca no local, seria permitido. O que? Mas a Mei Raglaim que foi absorvida não seria semelhante à urina que secou? Assim como quando seca, e sua marca não é mais aparente, também quando é absorvida, sua marca não é mais aparente, e então seria permitido. Mas quando sua marca fosse aparente, seria proibida, mesmo que não esteja mais úmida.

וּלְטַעְמָיךְ אֵימָא רֵישָׁא: כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין — הוּא דְּאָסוּר, הָא רִשּׁוּמָן נִיכָּר — שְׁרֵי! אֶלָּא מֵהָא לֵיכָּא לְמִשְׁמַע מִינַּהּ.

A Guemará propôs uma dificuldade para contrariar isso: E de acordo com o seu raciocínio, declare a primeira cláusula: Desde que úmida, seria proibido, do qual se pode inferir: Mas se não estiver úmida, mas sua marca seria aparente, e seria permitido. Pelo contrário, nenhuma inferência além de seu sentido básico pode ser deduzida desse baraita, pois as inferências são contraditórias.

לֵימָא כְּתַנָּאֵי: כְּלִי שֶׁנִּשְׁפְּכוּ מִמֶּנּוּ מֵי רַגְלַיִם, אָסוּר לִקְרוֹת קְרִיאַת שְׁמַע כְּנֶגְדּוֹ. וּמֵי רַגְלַיִם עַצְמָן שֶׁנִּשְׁפְּכוּ, נִבְלְעוּ — מוּתָּר, לֹא נִבְלְעוּ — אָסוּר. רַבִּי יוֹסֵי אוֹמֵר: כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין.

A Guemará observa: Digamos que isso seria paralelo a uma disputa entre os tana'im, conforme foi ensinado num baraita. No entanto, a própria Mei Raglaim que foi derramada, se foi absorvida é permitido; se não foi absorvida, é proibido. O rabino Iossei discordava e dizia: Seria proibido desde que estivesse úmido.

מַאי ״נִבְלְעוּ״ וּמַאי ״לֹא נִבְלְעוּ״ דְּקָאָמַר תַּנָּא קַמָּא? אִילֵימָא נִבְלְעוּ דְּאֵין מַטְפִּיחִין, לֹא נִבְלְעוּ דְּמַטְפִּיחִין — וַאֲתָא רַבִּי יוֹסֵי לְמֵימַר: כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין הוּא דְּאָסוּר, הָא רִשּׁוּמָן נִיכָּר — שְׁרֵי, הַיְינוּ תַּנָּא קַמָּא! אֶלָּא נִבְלְעוּ דְּאֵין רִשּׁוּמָן נִיכָּר, לֹא נִבְלְעוּ — דְּרִשּׁוּמָן נִיכָּר. וַאֲתָא רַבִּי יוֹסֵי לְמֵימַר כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין הוּא דְּאָסוּר, הָא רִשּׁוּמָן נִיכָּר — שְׁרֵי.

A Guemará esclarece essa disputa: Qual o sentido de se dizer, absorvido e não absorvido, no que diz o primeiro taná? Se você disser que “absorvido” significa que ele não está úmido e não absorve, isso significa que está úmido, e o rabino Iossei veio dizer: Desde que esteja úmido, é proibido! Mas, se não houver umidade, mas sua marca estiver aparente, seria permitido. Sendo assim isso seria idêntico à opinião do primeiro taná e não haveria qualquer contestação. Mas, pelo contrário, o termo “absorvido” significa que sua marca não seria aparente e o termo, não absorvido significaria que sua marca seria aparente. E o rabino Iossei veio dizer: Desde que úmido, seria proibido. Mas se não houver umidade, e sua marca for aparente, seria permitido, caso em que, a disputa em nossa Guemará seria paralela a essa disputa dos Taná’im.

לָא. דְּכוּלֵּי עָלְמָא כׇּל זְמַן שֶׁמַּטְפִּיחִין הוּא דְּאָסוּר הָא רִשּׁוּמָן נִיכָּר — שְׁרֵי,

A Guemará afirma que a questão, não seria necessariamente paralela: Não! Todos eles, ou seja, ambos os taná'im, concordavam que, desde que úmido, seria proibido. E se não houvesse umidade, mas sua marca fosse aparente, seria permitido.