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Guia dos Perplexos Tomo I capítulo 44 Tradução para o Beit Midrash Livre

'עין' - שם משותף. הוא שם עין המים "על עין המים במדבר". והוא שם העין הרואה "עין תחת עין". והוא שם ההשגחה - אמר על ירמיה "קחנו ועיניך שים עליו" - ענינו שם השגחתך עליו. ולפי זאת ההשאלה נאמר בחוק האלוה בכל מקום "והיו עיני ולבי שם כל הימים" - השגחתי וכונתי כמו שהקדמנו; "תמיד עיני יי אלוקיך בה" - השגחתו בה; "עיני יי המה משוטטים" - השגחתו כוללת בכל מה שבארץ גם כן כמו שיוזכר בפרקים יבואו בהשגחה: אמנם כשיתחבר בעינים מלת 'ראיה' או 'חזיה' כמו "פקח עיניך וראה" "עיניו יחזו" - יהיה ענין כולם ההשגה השכלית לא השגה הרגשית; כי כל הרגשה הפעלות כמו שידעת והוא ית' פועל לא מתפעל כמו שאבאר

O termo hebraico עין á'in é um homônimo, cujo significado é fonte.

Por exemplo, על עין המים במדבר "por uma fonte (עין) de água" (Bereshit 16 : 7).

E também tem o sentido do olho através do qual se vê, tal como no caso: עין תחת עין - "Olho por olho" (Shemot 21 : 24).

E outro sentido do termo é: "providência", como é dito a respeito de Irmiahu: קחנו ועיניך שים עליו "Tome-o e direcione sua atenção/seu olho (ועיניך) para ele" (Irmiahu 39 : 12).

Nesse sentido figurado, se deve entender o termo, quando usado em referência a divindade. Por exemplo, והיו עיני ולבי שם כל הימים "e minha providência e meu prazer estarão lá perpetuamente" (Melahim alef 9 : 3), como já explicamos, תמיד עיני יי אלוקיך בה "Os olhos (עיני), ou seja, a Providência do HaShem teu eloa'h, estão sempre sobre ela" (Devarim 11 : 12); עיני יי המה משוטטים "Eles são os olhos (עיני) do HaShem, que percorrem toda a terra" (Zehariah 4 : 10), ou seja, Sua providência se estende sobre tudo o que está na terra, como será explicado nos capítulos em que trataremos da Providência. Quando, no entanto, o sentido do termo ראיה "olho/visão" está conectado com o verbo חזיה "ver/visualizar" como em פקח עיניך וראה "Abre os teus olhos e vê" (Melahim alef 19 : 16); עיניו יחזו "Seus olhos contemplam" (Tehilim 11 : 4), a frase denotará ההשגה השכלית a providência do intelecto, não a dos sentidos: pois toda sensação é um estado passivo, como você bem sabe, o divino é ativo, nunca passivo, como será explicado por mim.

(ח) וַיְהִ֥י דְבַר־יְהֹוָ֖ה אֵלַ֥י לֵאמֹֽר׃ (ט) יְדֵ֣י זְרֻבָּבֶ֗ל יִסְּד֛וּ הַבַּ֥יִת הַזֶּ֖ה וְיָדָ֣יו תְּבַצַּ֑עְנָה וְיָ֣דַעְתָּ֔ כִּֽי־יְהֹוָ֥ה צְבָא֖וֹת שְׁלָחַ֥נִי אֲלֵיכֶֽם׃ (י) כִּ֣י מִ֣י בַז֮ לְי֣וֹם קְטַנּוֹת֒ וְשָׂמְח֗וּ וְרָא֞וּ אֶת־הָאֶ֧בֶן הַבְּדִ֛יל בְּיַ֥ד זְרֻבָּבֶ֖ל שִׁבְעָה־אֵ֑לֶּה עֵינֵ֣י יְהֹוָ֔ה הֵ֥מָּה מְשׁוֹטְטִ֖ים בְּכׇל־הָאָֽרֶץ׃

(8) Esta mensagem de יהוה veio a mim: (9)As mãos de Zerubavel lançaram o fundamento desta casa, e suas mãos também a concluirão. Assim saberão que o יהוה Tzeva'ot me enviou a vocês. (10) Pois ainda que alguém não tenha em alta conta o dia da ocorrência dos acontecimentos menores, com certeza se alegrará ao ver o prumo na mão de Zerubavel. E esses sete são os olhos de יהוה que percorrem toda a terra.

Esta é uma passagem especial para o Rambam.
Para ele, estava passagem revelaria a natureza da ideia de Providência, na observação dos fenômenos na natureza - chamados de 'atividade divina' - e a considera cosmológica e assim universal.
Essa observação ocorreria, tanto em seu regime natural - onde governaria todas as criaturas - quanto em sua especial preocupação - o Intelecto Ativo ou, Consciência.
O Rambam pretendeu nos lembrar da visão de Amós sobre a linha de prumo, que foi significativa na interpretação do Guia no tomo 1 capítulo 12.
A linha de prumo era uma alegoria da ideia de, justiça estrita. Ele faz a conexão com o nosso texto comprobatório explicitamente no tomo 2 capítulo 43 :
Tanto as [visões de] luzes de Zehariah quanto a linha de prumo representavam ideias específicas. Sabemos que a linha de prumo representava justiça. Qual era a ideia alegórica representada pelas sete luzes da menorá que eram os "olhos do Profeta"? Aprendemos com os antigos comentaristas de Rambam que representavam as sete esferas planetárias. O assunto do texto comprobatório, então, seria a relação das esferas cosmológicas como a providência geral universal. Com o prumo da justiça estrita, o divino emanaria assim, o regime natural através de seus "malahim", que seriam as mentes, por trás dos sete planetas. Ele explica, em sua Carta sobre Astrologia, que a providência geral agiria através das inteligências planetárias (separadas) para administrar a ordem natural. (Sobre a menorá que representa as esferas planetárias: Josefo, Antiguidades, Capítulo 3, 144-145). Além disso, Shem Tov, Efodi e Narboni ... pp. 62-63 da tradução Ibn Tibon do Guia. Abarbanel concordava, mas contestava que, se referindo às esferas, que controlariam a espécie, significava excluir indivíduos, pois por "hasgaha kolelet" o Rambam implicava todas as formas de providência, não tornando-se o oposto de "hashgaha pratit."
No guia tomo 3 capítulo 17, ele explica que, em contraste, a providência seletiva se estende à humanidade, no sentido da humanidade enquanto intelecto, e "a providência estaria conectada com a influência intelectual divina." Caso contrário, todos os seres naturais, incluindo os homens que agiriam sem esta inteligência, estariam sujeitos "à linha de prumo" ou, da "justiça da natureza", à medida que "os olhos" planetários da providência, correm de um lado para o outro, através da terra. Mesmo coisas ruins, como desastres marítimos (o irmão de Maimônides morreu em um) não ocorreriam por acaso, mas como resultado do julgamento, "o método do qual nossa mentalidade é incapaz de entender."
Então, no tomo 3 capítulo 19, ele argumenta contra a visão que ele atribui a Aristóteles, de que a divindade "abandonou a terra", ou seja, não teria o conhecimento "de indivíduos/coisas particulares", que estariam sujeitos ao acaso.
Em resposta, ele defende a regra Providencial especial divina.
A ideia aqui - que em si mesma é uma variante do argumento a priori para divindade como realidade - seria o seguinte:
Para criar a visão no Adam, אלהים Elohim não precisaria "experimentar a visão".
Ele concebe a forma da visão, e instancia essa forma.
A maravilha da visão expressa então um "projeto natural."
A natureza em si não é intelectual: É manifesto do Intelecto chamado אלהים Elohim:
"Se esse Intelecto fosse incapaz de perceber ou conhecer qualquer uma das ações dos seres terrenos, como ele poderia ter criado, ou, de acordo com a outra teoria, feito emanar de Si, propriedades que provocariam essas ações das quais Ele supostamente não teria conhecimento?"
Assim, Ele teria conhecimento dos indivíduos.
O אלהים Elohim teria dotado o Adam não apenas com a visão, mas também com a percepção intelectual.
Essas capacidades em nós, seriam resultados naturais disso, pois sendo expressões do próprio Elohim, nos motivam a buscar mais compreensão disso mesmo - O אלהים Elohim ou, a Realidade.
Assim, nos colocamos sob a seleção especial porém, natural, da Providência e, removemos a nós mesmos da dispensação geral da natureza, pois o Intelecto colocou o Adam acima da natureza.

(ד) ודע כי כמו שיראו הנביאים דברים שהרצון בהם - משל כ'נרות זכריה' וה'סוסים' וה'הרים' ו'מגילת יחזקאל' ו'חומת אנך' אשר ראה עמוס וה'חיות' אשר ראה דניאל ו'סיר נפוח' אשר ראה ירמיה ומה שדומה לזה מן המשלים אשר הנרצה בהם

(4) Você deve saber ainda que os profetas viam coisas mostradas a eles alegoricamente, como os castiçais, cavalos e montanhas de Zehariah (4 : 2; 6 : 1 - 7), o pergaminho de Ieheskel (2 : 9), a parede feita por um fio de prumo (Amós 7 : 7), que Amós viu, os animais de Daniel (7 e 8), o pote fervente de Irmiahu (1 : 13), e objetos alegóricos semelhantes mostrados para representar certas ideias.

O texto comprobatório de Zerubavel falou daqueles que pensavam que o Templo reconstruído não era impressionante arquitetonicamente.
Desprezavam לְי֣וֹם קְטַנּוֹת֒ "dia das pequenas coisas" isto é, desprezavam o bom, porque não era o melhor.
No entanto, quando eles vissem a linha de prumo do arquiteto Zerubavel, eles perceberiam uma visão/um entendimento da providência que mudaria sua visão.
Esta visão implicaria outro argumento avançado para a teoria das formas:
Como poderia um arquiteto, com seu prumo produzir o Templo, a menos que ele tivesse uma visão do que era para ser?
A visão de Zerubavel era portanto profética.
Assim como elo'ah instancia a forma de visão no Adam, assim Zerubavel fundamentava o Templo a partir da forma mostrada em visão.
O nome desta figura obscura, זרבבל - Zerubavel significa "descendente" ou "semente" da Babilônia.
Ele era um autêntico príncipe da linhagem davídica no exílio.
Há uma tradição que ele era sábio por admiração, pois ele ganhou um concurso para determinar o que era, [a coisa] mais poderosa do mundo.
Ele teria dito: "As mulheres são as mais poderosas do mundo. Mas, a verdade prevalece sobre todos"
Ele obteve de Dariavesh da Pérsia (Dario I “ o Grande ” - 549-486 antes da era comum) uma licença para reconstruir o Templo. Ele se torna assim, o sujeito da esperança messiânica na época. Não há relatos negativos dele.
O Rambam o identifica como um membro do Sanhedrin da época (Anshei Knesset ha-guedola) na Introdução a Mishneh Torá.
Isso faz dele um dos novos "anciãos de Israel" (Guia tomo 1 capítulo 40).
Ele teria sido um bom príncipe, que teria realizado seu sonho/sua visão de reconstruir o Templo, o lugar para a habitação da שכינה Shehiná.
Quando o povo viu Zerubavel reconstruindo o Templo, perceberam a visão da Providência universal.
É a linha de prumo da justiça administrada pelos עֵינֵ֣י יְהֹוָ֔ה "olhos do HaShem", Seu sistema de emanação cosmológica em prática...
אופנים Ofanim
Explicando o fragmento de citação de Zehariah: שִׁבְעָה־אֵ֑לֶּה עֵינֵ֣י יְהֹוָ֔ה הֵ֥מָּה מְשׁוֹטְטִ֖ים בְּכׇל־הָאָֽרֶץ "São os sete olhos do יהוה que correm para lá e para cá por toda a terra", o Rambam diz que se trata de: "Sua providência que está estendida sobre tudo o que está na terra..."
Friedlander acha que ele se referiu ao tomo 3 capítulo 12, onde o Rambam cataloga cinco teorias sobre a Providência.
É aí que ele afirma que, o cuidado providencial especial, se alinha em exata proporção à realização do Intelecto.
Mas ao dizer "Sua providência é estendida sobre tudo o que está na terra" ele sugere uma sensação em que os "olhos" cercariam a terra, como uma Esfera.
Quando o Rambam diz, "como será explicado nos capítulos em que trataremos da providência", ele também implica os capítulos em que discute o מעשה מרכבה explicando todo o tratamento da ideia de Providência.
Na visão Ieheskel que é o centro desse tema, o termo עיניים "olhos" aparece, mas o Rambam o definiu de forma diferente.
Nosso capítulo aparentemente ignorou a gama de significados que ele dá ao termo em seus capítulos sobre Providência, particularmente o tomo 3 capítulo 2 e 3, onde ele interpreta as duas visões de Ieheskel dos אופנים Ofanim:
(יח) וְגַ֨בֵּיהֶ֔ן וְגֹ֥בַהּ לָהֶ֖ם וְיִרְאָ֣ה לָהֶ֑ם וְגַבֹּתָ֗ם מְלֵאֹ֥ת עֵינַ֛יִם סָבִ֖יב לְאַרְבַּעְתָּֽן׃

(18) Suas bordas eram altas e assustadoras, pois as bordas de todos os quatro estavam cobertas de olhos.

(יב) וְכׇל־בְּשָׂרָם֙ וְגַבֵּהֶ֔ם וִידֵיהֶ֖ם וְכַנְפֵיהֶ֑ם וְהָאוֹפַנִּ֗ים מְלֵאִ֤ים עֵינַ֙יִם֙ סָבִ֔יב לְאַרְבַּעְתָּ֖ם אוֹפַנֵּיהֶֽם׃

(12) Seus corpos inteiros — costas, mãos e asas — e as rodas, as rodas dos quatro, estavam cobertas de olhos.

No tomo 3 capítulo 2, ele define os עיניים olhos do אופנים Ofanim como (1) "olhos reais", (2) "cores diferentes", (3) "semelhanças" e (4) diferentes propriedades e qualidades."
Friedlander arrisca dando a explicação de que o אופנים Ofanim representariam matéria não formada dentro da esfera sublunar, e as quatro faces do אופנים Ofanim seriam os quatro elementos (em seu estado não misturado).
Ele tenta explicar a declaração obscura do Rambam dizendo:
"É possível que um corpo coberto com olhos reais esteja sendo aludido aqui."
Ele diz que isso implicaria "matéria prima [que] continha a substância para a formação dos seres vivos", ou seja, que o אופן ofan continha a matéria hílica da qual as criaturas teriam sido formadas.
Friedlander interpreta as definições do Rambam para os עיניים olhos do ofanim - as definições (2) - (3) e (4) mencionadas anteriormente - como algo que se aplicaria "às diferentes cores, formas e propriedades das coisas formadas a partir dos quatro elementos".
Se pode ir mais longe interpretando "cores diferentes" como ausência de cor, o que implica a capacidade de transparência, ao assumir todas as cores à medida que a matéria assume todas as formas (tomo 1 capítulo 28).
As "semelhanças" seriam as imagens das formas superiores, quando lançadas nos objetos materiais não formados.

Sobre as "diferentes propriedades e qualidades", Friedlander pode estar certo de que essas eram as características específicas das próprias substâncias materiais.
No entanto, é mais provável que o termo עיניים olhos indiquem as características universais compartilhadas por indivíduos do mesmo tipo que fluem de sua forma particular, já que, por exemplo, todos os triângulos conhecidos têm seus três lados característicos.
No tomo 3 capítulo 3, o Rambam discute as diferenças entre a primeira visão de Ieheksel de אופנים Ofanim e a segunda. Ele usa a segunda versão para estabelecer que os אופנים Ofanim são as esferas dos quatro elementos abaixo da lua.
(Ele parece negar, que o אופנים Ofanim são eles mesmos esferas planetárias, atribuindo essa visão a Targum Ionatan, no Guia tomo 3 capítulo 4).
Uma vez que o movimento das esferas causaria "a mistura dos elementos", o movimento desses elementos forneceria, tanto o fundamento quanto o evento da instanciação de formas emanadas na matéria.
Ele diz, no tomo 3 capítulo 3, sobre a segunda visão:
"Um quarto ponto é adicionado em relação ao אופנים Ofanim, ou seja, e os quatro ofanim estavam cheios de olhos em volta até mesmo para seus quatro אופנים Ofanim.
Isso não foi mencionado antes.
Em outras palavras, na primeira versão, os עיניים olhos estavam nas "costas" dos אופנים Ofanim em torno dos quatro, enquanto aqui o "corpo inteiro" dos "אופנים Ofanim estava cheio de olhos em volta".
Friedlander nota a diferença como implicação de que na primeira visão "o profeta só percebeu a variedade de formas produzidas pelas diferentes relações que cada ponto da esfera dos elementos teria para as esferas celestiais", ou seja, a relação dos movimentos das esferas como as formas das determinadas misturas elementares que fluiríam a partir daí.
Estes, então, seriam imediatamente instanciados pelas formas emanadas, que, segundo ele, "seriam expressas atribuindo os olhos apenas ao 'seu exterior' (suas 'costas') indicando o movimento exposto às influências dos corpos celestiais".
Em contraste, na segunda visão, Friedlander acha que a localização dos עיניים olhos preenchendo todo o corpo dos אופנים Ofanim - não sendo apenas externo a eles - significaria: "a grande variedade de formas produzidas pela combinação dos elementos e seus conteúdos".
A melhor interpretação seria então, que os עיניים olhos que enchem oאופן ofan são as formas reais antes de sua instanciação na matéria - na vida/movimento da esfera - no sentido que Filo chamou de logotipos, o depósito de formas.
Eles também poderiam ser todas as vidas, como o conceito de Mônadas no mundo.
(concepção associada a Leibnitz - No sentido de substância "simples'. O termo vem do Grego, μονάς, μόνος, que se traduziria por "único", "simples". Como tal, faria parte dos compostos, sendo ela própria sem partes e portanto, indissolúvel e indestrutível.
Em todos os exemplos anteriores, a tradução de Friedlander do Guia tomo 3 capítulo 3, nota 2, p. 8; nota 1 e nota 2, página 9)
Outra maneira do Rambam usar o termo עין "olho" está em seu relato do מעשה מרכבה Maaseh Merkava quando ele cita כְּעֵין הַחַשְׁמַל - "como olho/cor de חשמל hashmal". (Ieheskel 1 : 4, 27; 8 : 2; Guia tomo 3 capítulo 5).
Como mostraremos no lugar apropriado, חשמל hashmal teria aproximadamente o mesmo sentido de רגל "pés".
Ambos começam como eufemismos fálicos, mas sublimam para se tornarem causalidade divina.
O עין "olho" do חשמל hashmal seria a forma que a causalidade divina instancia no objeto material, sua דמות "semelhança".
Isso considera o termo עין "olho" metaforicamente como o meio de visão, o que Friedlander chama de spiritus visus (Guia tomo 2 capítulo 29), se referindo ao humor aquoso, que se considerava transmitir movimento "gerado pelas cores" para o órgão óptico, criando imagens a partir de coisas vistas.
Essa noção metaforicamente se estende para se tornar o processo pelo qual o usam a imagem do objeto material. O Rambam leva esse conceito para ser "a completude final e a mais alta de todas", na tradução de Pines.
(No spiritus visus, Friedlander comentando sobre o Guia tomo 1 capítulo 32, nota 3, p. 112; e sobre o tomo 1 capítulo 72, nota 5, pp. 289-290; e no comentário de Schwarz, sobre o tomo 1 capítulo 32, nota 9, p. 73. O Rambam mesmo, discute a ideia do "spiritus visus" no tomo 3 capítulo 25.
O Rambam escreveu uma "revisão" da Perfeição, Al Istikmal, de Yusuf Al-Mutamin, século XI; que era uma obra matemática, incluindo um tratado sobre óptica, pelo filósofo óptico revolucionário, Abu Al-Haitham, conhecido como Al'hazen devido a latinização, que influenciou entendimentos da geometria cônica à teoria da intromissão óptica aristotélica, de maneiras novas e profundas que chegaram a transformar a óptica, e que foram muito importantes para os ópticos renascentistas. Para saber mais, recomenda-se a obra: Maimonides: The Life and World of One of Civilization's Greatest Minds, por Joel L. Kraemer, 74-75, Doubleday 2008).
A diferença entre as definições para עין "olho" em nosso capítulo e as dos capítulos de מעשה מרכבה Maaseh Merkava é que no primeiro caso, o termo se estende metaforicamente à Providência e percepção intelectual, enquanto no segundo se concentra no processo pelo qual a providência instancia a forma no objeto material.
A diferença viria do nível que o aluno atingiu. Aqui, ele aprende a identificar o assunto da Providência em expressões enigmáticas; lá, ele trabalha através de sua mecânica metafísica.
Uma questão importante sobre as formas é : Elas seriam existências reais ou meros nomes que conferimos em características universalmente compartilhadas por todas as instâncias individuais de uma determinada coisa?
Voltando ao nosso exemplo anterior, muitos triângulos diferentes compartilham as características da triangularidade; mas "triangularidade" em si, seria apenas um nome que damos a essas características compartilhadas... Então, a triangularidade existe?
No reconhecimento do sentido de עיניים olhos dos אופנים Ofanim e de חשמל hashmal , o Rambam revela que haveria um processo pelo qual formas reais seriam instanciadas na matéria.
O Rambam mantém alguma vaga versão do emanacionismo aqui e, portanto, não adota o nominalismo dos aristotélicos mais rigorosos.