מִשּׁוּם דְּאָפְכִי לְהוּ. תָּנוּ רַבָּנַן: פּוֹתֵחַ וְרוֹאֶה, גּוֹלֵל וּמְבָרֵךְ, וְחוֹזֵר וּפוֹתֵחַ וְקוֹרֵא. דִּבְרֵי רַבִּי מֵאִיר. רַבִּי יְהוּדָה אוֹמֵר: פּוֹתֵחַ וְרוֹאֶה וּמְבָרֵךְ וְקוֹרֵא. מַאי טַעְמָא דְּרַבִּי מֵאִיר? כִּדְעוּלָּא. דְּאָמַר עוּלָּא: מִפְּנֵי מָה אָמְרוּ הַקּוֹרֵא בַּתּוֹרָה לֹא יְסַיֵּיעַ לַמְתוּרְגְּמָן — כְּדֵי שֶׁלֹּא יֹאמְרוּ תַּרְגּוּם כָּתוּב בַּתּוֹרָה. הָכָא נָמֵי: כְּדֵי שֶׁלֹּא יֹאמְרוּ בְּרָכוֹת כְּתוּבִין בַּתּוֹרָה. וְרַבִּי יְהוּדָה: תַּרְגּוּם — אִיכָּא לְמִיטְעֵי, בְּרָכוֹת — לֵיכָּא לְמִיטְעֵי. אָמַר רַבִּי זֵירָא אָמַר רַב מַתְנָה: הֲלָכָה, פּוֹתֵחַ וְרוֹאֶה וּמְבָרֵךְ וְקוֹרֵא. וְלֵימָא: הֲלָכָה כְּרַבִּי יְהוּדָה! מִשּׁוּם דְּאָפְכִי לְהוּ. אָמַר רַבִּי זֵירָא אָמַר רַב מַתְנָה: הַלּוּחוֹת וְהַבִּימוֹת — אֵין בָּהֶן מִשּׁוּם קְדוּשָּׁה. אָמַר רַבִּי שְׁפַטְיָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: הַגּוֹלֵל סֵפֶר תּוֹרָה — צָרִיךְ שֶׁיַּעֲמִידֶנּוּ עַל הַתֶּפֶר. וְאָמַר רַבִּי שְׁפַטְיָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: הַגּוֹלֵל סֵפֶר תּוֹרָה — גּוֹלְלוֹ מִבַּחוּץ, וְאֵין גּוֹלְלוֹ מִבִּפְנִים. וּכְשֶׁהוּא מְהַדְּקוֹ — מְהַדְּקוֹ מִבִּפְנִים, וְאֵינוֹ מְהַדְּקוֹ מִבַּחוּץ. וְאָמַר רַבִּי שְׁפַטְיָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: עֲשָׂרָה שֶׁקָּרְאוּ בַּתּוֹרָה, הַגָּדוֹל שֶׁבָּהֶם גּוֹלֵל סֵפֶר תּוֹרָה. הַגּוֹלְלוֹ נוֹטֵל שְׂכַר כּוּלָּן, דְּאָמַר רַבִּי יְהוֹשֻׁעַ בֶּן לֵוִי: עֲשָׂרָה שֶׁקָּרְאוּ בַּתּוֹרָה, הַגּוֹלֵל סֵפֶר תּוֹרָה קִיבֵּל שְׂכַר כּוּלָּן. שְׂכַר כּוּלָּן סָלְקָא דַּעְתָּךְ? אֶלָּא אֵימָא: קִיבֵּל שָׂכָר כְּנֶגֶד כּוּלָּן. וְאָמַר רַבִּי שְׁפַטְיָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: מִנַּיִן שֶׁמִּשְׁתַּמְּשִׁין בְּבַת קוֹל, שֶׁנֶּאֱמַר: ״וְאׇזְנֶיךָ תִּשְׁמַעְנָה דָבָר מֵאַחֲרֶיךָ לֵאמֹר״. וְהָנֵי מִילֵּי, דְּשָׁמַע קָל גַּבְרָא בְּמָתָא, וְקָל אִיתְּתָא בְּדַבְרָא. וְהוּא דְּאָמַר: ״הֵין הֵין״ וְהוּא דְּאָמַר: ״לָאו לָאו״. וְאָמַר רַבִּי שְׁפַטְיָה אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: כׇּל הַקּוֹרֵא בְּלֹא נְעִימָה וְשׁוֹנֶה בְּלֹא זִמְרָה, עָלָיו הַכָּתוּב אוֹמֵר: ״וְגַם אֲנִי נָתַתִּי לָהֶם חוּקִּים לֹא טוֹבִים וְגוֹ׳״. מַתְקֵיף לַהּ אַבָּיֵי: מִשּׁוּם דְּלָא יָדַע לְבַסּוֹמֵי קָלָא — ״מִשְׁפָּטִים לֹא יִחְיוּ בָּהֶם״ קָרֵית בֵּיהּ?! אֶלָּא כִּדְרַב מְשַׁרְשְׁיָא, דְּאָמַר: שְׁנֵי תַּלְמִידֵי חֲכָמִים הַיּוֹשְׁבִים בְּעִיר אַחַת וְאֵין נוֹחִין זֶה אֶת זֶה בַּהֲלָכָה — עֲלֵיהֶם הַכָּתוּב אוֹמֵר: ״וְגַם אֲנִי נָתַתִּי לָהֶם חוּקִּים לֹא טוֹבִים וּמִשְׁפָּטִים לֹא יִחְיוּ בָּהֶם״. אָמַר רַבִּי פַּרְנָךְ אָמַר רַבִּי יוֹחָנָן: כׇּל הָאוֹחֵז סֵפֶר תּוֹרָה עָרוֹם, נִקְבָּר עָרוֹם. עָרוֹם סָלְקָא דַּעְתָּךְ? אֶלָּא אֵימָא: נִקְבָּר עָרוֹם בְּלֹא מִצְוֹת. בְּלֹא מִצְוֹת סָלְקָא דַּעְתָּךְ?! אֶלָּא אָמַר אַבָּיֵי: נִקְבָּר עָרוֹם בְּלֹא אוֹתָהּ מִצְוָה. אָמַר רַבִּי יַנַּאי בְּרֵיהּ דְּרַבִּי יַנַּאי סָבָא מִשְּׁמֵיהּ דְּרַבִּי יַנַּאי רַבָּה: מוּטָב תִּיגָּלֵל הַמִּטְפַּחַת וְאַל יִגָּלֵל סֵפֶר תּוֹרָה. ״וַיְדַבֵּר מֹשֶׁה אֶת מוֹעֲדֵי ה׳ אֶל בְּנֵי יִשְׂרָאֵל״, מִצְוָתָן שֶׁיִּהְיוּ קוֹרִין אוֹתָן כׇּל אֶחָד וְאֶחָד בִּזְמַנּוֹ. תָּנוּ רַבָּנַן: מֹשֶׁה תִּיקֵּן לָהֶם לְיִשְׂרָאֵל שֶׁיְּהוּ שׁוֹאֲלִין וְדוֹרְשִׁין בְּעִנְיָנוֹ שֶׁל יוֹם. הִלְכוֹת פֶּסַח — בַּפֶּסַח, הִלְכוֹת עֲצֶרֶת — בָּעֲצֶרֶת, הִלְכוֹת חַג — בֶּחָג.
הֲדַרַן עֲלָךְ בְּנֵי הָעִיר וּסְלִיקָא לַהּ מַסֶּכֶת מְגִילָּה
A Guemará responde: Por causa daqueles que invertem os nomes no baraita e atribuem a posição de rabino Iehudá ao rabino Meir, e vice-versa. Portanto, para evitar qualquer falta de clareza, o rabino Zeira declarava explicitamente a halahá.
Os Sábios ensinaram em um baraita : Quando uma pessoa lia a Torá, deve abrir o pergaminho e ver o lugar de onde vai ler. Então, enrolar para que fique fechado enquanto recita a bênção. E então deve abrir novamente o pergaminho e ler. Esta foi a declaração do rabino Meir. O rabino Iehudá disse: Deve abrir o pergaminho e ver o lugar de onde lerá e, sem fechá-lo de volta, deve recitar a bênção e então ler.
A Guemará pergunta: Qual é a razão da opinião do rabino Meir de que a bênção não era recitada sobre um pergaminho aberto? A Guemará responde: Seu raciocínio estava de acordo com a afirmação de Úla, como Úla disse: Por qual razão os Sábios disseram que quem lesse a Torá não deveria ajudar o tradutor, mas sim a tradução deveria ser dita exclusivamente pelo tradutor ? Para que as pessoas não dissessem que a tradução estava escrita na Torá. Aqui também, o pergaminho deve ser fechado ao recitar as bênçãos, para que as pessoas não dissessem que as bênçãos estavam escritas na Torá.
E o rabino Iehudá não estava preocupado com isso, pois afirmava que em relação à tradução, existe a possibilidade de pessoas errarem dessa maneira, mas em relação às bênçãos, não haveria preocupação de que pessoas errassem desde modo. As pessoas perceberiam que as bênçãos não estavam realmente registradas no texto da Torá, porque eram recitadas por cada pessoa que lia.
O rabino Zeira disse que o Rav Matana havia dito: A halahá é que se deve abrir o pergaminho, ver o lugar de onde lerá e, sem o fechar novamente, se deve recitar a bênção e ler. A Guemará pergunta: Se for isso mesmo, que ele simplesmente diga: A halahá está de acordo com a opinião do rabino Iehudá. Por que ele teve que declarar explicitamente toda a halahá ? A Guemará responde: Porque tem quem inverta os nomes no baraita, e atribua a posição de rabino Iehudá ao rabino Meir, e vice-versa. Para evitar qualquer falta de clareza, o rabino Zeira declarou explicitamente a halahá
O rabino Zeira disse que o Rav Matana havia dito: As tábuas, ou seja, as margens vazias de um pergaminho da Torá, e as plataformas de onde a Torá era lida não tem nenhuma consagração em si mesmos.
§ O rabino Shefatia disse que rabino Iohanan havia dito: Quando alguém enrola um pergaminho da Torá, precisa posicioná-lo de modo que feche na costura entre duas folhas de pergaminho. Uma vez fechada, a costura deve ficar entre os dois lados do pergaminho para que, se for mal manuseada ou apertada demais, se desfaça ao longo da costura e não se rasgue na escrita.
E rabino Shefatia disse que rabino Iohanan havia dito: Quando alguém enrola um pergaminho da Torá de uma seção para outra, deve rolar de fora. Ou seja, deve posicionar o pergaminho de modo que os dois lados do pergaminho fiquem paralelos a ele, e depois enrolar o pergaminho girando o rolete mais distante dele, em sua direção. E não deve enrolar por dentro. Girando o rolete mais próximo, para longe de si mesmo. Se alguém fizer isso e perder o controle, o pergaminho pode rolar para longe dele e cair no chão.
E quando alguém aperta o pergaminho, depois de ter encontrado a nova seção, deve apertá-lo por dentro, girando o pergaminho no sentido mais próximo a ele, e não por fora, girando o pela parte mais distante, para não estender os braços sobre o texto da Torá e obscurecer a visão da comunidade, pois é uma mitzvá para a comunidade poder ver o texto.
E o rabino Shefatia disse que rabino Iohanan havia dito: Se dez pessoas lerem a Torá, o maior entre eles deve enrolar o pergaminho da Torá, pois esta é a honra mais distinta. E quem o enrola recebe a recompensa de todos eles, como disse o rabino Iehoshua ben Levi: Se dez pessoas lessem a Torá, quem a enrolasse receberia a recompensa de todos eles. A Guemará pergunta: Pode entrar em sua mente dizer que ele realmente receberia a recompensa de todos eles? Por que todos os outros deveriam perder sua recompensa só por causa disso? Em vez disso então, diga : Ele recebe uma recompensa equivalente à de todos eles. E o rabino Shefatia disse que rabino Iohanan havia dito: Se alguém estivesse deliberando sobre fazer uma determinada ação, e um בת קול – eco divino indicasse o que ele deveria fazer, de onde foi derivado que se poderia fazer uso de um בת קול – eco divino e confiar nisso? Como está escrito: “E os teus ouvidos ouvirão uma palavra atrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele” (Ieshaiahu 30 : 21). A Guemará comenta: Isso se aplica apenas quando se ouve uma “voz masculina na cidade.” Ou seja, ao que é incomum, pois homens geralmente são encontrados nos campos, ou quando se ouve uma voz feminina nos campos. Todas estas linguagens são eufemismos para aquilo que é incomum. E isso se aplica quando a voz repete sua mensagem e diz: Sim! Sim! E isso também se aplica quando a voz diz: Não! Não!
E o rabino Shefatia disse que o rabino Iohanan havia dito: Com relação a qualquer um que ler a Torá sem uma melodia ou estudar a Mishná sem uma canção, o verso afirma: “Assim também lhes dei estatutos que não eram bons e juízos pelos quais não deveriam viver” (Ieheskel 20 : 25), pois quem estudasse a Torá através do canto, demonstraria que aprecia seu aprendizado. Além disso, a melodia o ajuda a lembrar o que aprendeu.
Abaie porém, se opunha fortemente a isso e dizia: Só porque alguém não sabe como tornar sua voz agradável – ou seja, não sabe cantar - você atribui a ele o verso: “E juízos pelos quais eles não devem viver”? Isso não seria justo. Em vez disso então, o verso deve ser entendido de acordo com a declaração do Rav Mesharshia, que disse: A respeito de dois estudiosos da Torá que moram numa mesma cidade, e não são agradáveis um ao outro em questões de halahá. E brigam e provocam controvérsia, o verso afirma: “Assim também eu lhes dei estatutos que não eram bons, e juízos pelos quais não deveriam viver”.
O rabino Parna'h disse que o rabino Iohanan havia dito: Qualquer um que segurar um pergaminho da Torá descoberto, ou seja, segurar o pergaminho diretamente com as mãos, sem que nada interfira, tal pessoa seria punida, sendo enterrado descoberto. A Guemará pergunta: Pode entrar em sua mente dizer que ele seria literalmente enterrado descoberto? A atribuição de punição, está desproporcional ao erro cometido! Em vez disso então, diga que ele seria enterrado metaforicamente descoberto. Ou seja, sem o mérito de ter cumprido mitzvot.
A Guemará novamente pergunta: Pode entrar em sua mente dizer que ele seria literalmente enterrado sem o mérito de ter cumprido mitzvot? A atribuição de punição, continua desproporcional ao erro cometido! Em vez disso então, Abaie disse: Ele será enterrado metaforicamente descoberto, ou seja, sem o mérito dessa específica mitzvá. Ele perderia a recompensa da mitzvá que realizou, enquanto segurava diretamente o pergaminho.
O rabino Ianai, filho de rabino Ianai o Ancião, disse em nome do rabino Ianai, o Grande: Seria apropriado que a capa de cobertura de um pergaminho da Torá seja enrolada ao redor do pergaminho, mantendo o pergaminho estacionário. E não se deve enrolar a Torá, rolando o pergaminho no pano para cobri-lo.
§ A mishná declara: O verso: “E Moshe declarou aos filhos de Israel as estações designadas do HaShem” (Vaicrá 23 : 44) indica que parte da mitzvá dos Festivais, era que eles deveriam ler a porção relativa a isso. Cada um em seu hora marcada. Os Sábios ensinaram em um baraita : Moshe decretou para o povo israelita que eles deveriam fazer perguntas haláhicas e expor o assunto do dia. Eles deveriam se ocupar com as halahot de Pessa’h no Pessa'h, halahot de Shavuot em Shavuot, e halahot de Sucot em Sucot.
הֲדַרַן עֲלָךְ בְּנֵי הָעִיר וּסְלִיקָא לַהּ מַסֶּכֶת מְגִילָּה
Que possamos retornar a você, o capítulo “O povo da cidade”.
Parabéns a todos os que acompanharam.
Esta é a conclusão do Tratado da Meguilá.

