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Acusações contra o Talmud (parte 7) - Se diz que "tudo bem" matar pessoas?
Continuando nossa série de respostas a acusações contra o Talmud, uma das mais pérfidas e hipócritas acusações, é dizerem que "o Talmud" (ou seja, "os Judeus") diriam que, matar não judeus não teria problema.
A ironia é isso vir justo de gente (neonazistas, fascistas, supremacistas evangélicos, apoiadores do terrorismo islâmico etc) que não só propagam mas praticam literalmente, os atos de violência que estão acusando Judeus de "incentivar"...
Essa gente vir dizer que "nossos livros" é que "seriam maus", porque estariam mandando fazer, o que na realidade são eles que fazem, beira a loucura completa!
É o típico caso do bandido que se projeta nos outros, dizendo para si mesmo - ao se justificar do crime já cometido, que "todos" são bandidos como ele: Os assassinos dizendo que "todos são assassinos, na circunstância certa", ou o agressor dizendo que "todos são agressores" e assim por diante...
Mas, tal qual os outros casos, nos quais as acusações foram apenas demonstrações de canalhice, má fé e maldade antissemita, o mesmo se dá aqui. Então, vamos a
OUTRA ACUSAÇÃO
Os judeus podem roubar e matar não-judeus, Sanhedrin 57a. Quando um judeu mata um gentio ("Samaritano"), não haverá pena de morte. O que um judeu rouba de um gentio, ele pode guardar. Tratados menores. Soferim 15, Regra 10. Este é o ditado do Rabino Simon ben Yohai: Tob shebe goyyim harog ("Até o melhor dos gentios deveria ser morto").
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Já vimos em estudos anteriores, que enganar e roubar qualquer coisa de qualquer pessoa é proibido, obviamente.
Portanto, nesta fase de nosso estudo, vamos nos concentrar nessa acusação absurda, demonstrando que a Literatura Talmúdica, nunca permitiu, e nem sequer encorajou matar "gentios".
Pelo contrário. Assassinato é prática proibida, seja de israelita ou não israelita.
Vamos aos textos usados na acusação:

אבא גוריון אומר איש צדיון משום אבא גוריון לא ילמד את בנו חמר ספן קדר רועה וחנוני לפי שאומנותם לסטות רבי יהודה אומר משמו החמרין רובן רשעים והספנים רובן חסידים טוב שברופאים לגיהנם והכשר שבטבחים שותפו של עמלק רובן של ממזרין פקחין רובן של עבדים נאים רובן של בני אבות ביישנים רובן של בנים דומין לאחי האם תני ר"ש בן יוחי הטוב שבעובדי כוכבים בשעת מלחמה הרוג הטוב שבנחשים רצוץ את מוחו הכשירה שבנשים בעלת כשפים אשרי מי שהוא עושה רצונו של המקום:

Aba Gurion de Ẓadian disse em nome de Aba Guria: Um homem não deve ensinar seu filho a ser: Um condutor de burro, nem marinheiro, nem carroceiro, nem pastor de ovelhas ou lojista. O motivo seria porque todas estas ocupações mencionadas seriam na realidade, um tipo diferente de roubo. O rabino Iehudá, no entanto, citando estas ocupações, disse: Os condutores de burros seriam, em sua maioria perversos, mas os marinheiros seriam, em sua maioria, devotos... E ainda fazendo críticas a diversos tipos de profissões, foi dito: O "melhor" dos médicos é [destinado] para o Guehinom! [pois, por lidar com a vida humana, sua profissão incorre em alto risco de erro. E perder uma vida humana é o pior dos erros]. E o "mais digno" dos açougueiros é um parceiro de Amalek! [Pois, embora o abate de animais seja considerado necessário para a alimentação, de qualquer modo, vidas são tiradas e o açougueiro pode se acostumar com tirar a vida dos animais, como se não significasse nada, como fazia Amalek com as pessoas]. E sobre comportamentos considerados "típicos" para os observadores da época, foi dito: Os filhos bastardos são, em sua maioria, pessoas perspicazes. As pessoas escravizadas são, na maioria, gente arrogante. Os filhos de pais conceituados são, em geral, tímidos. Os filhos, em geral, se parecem mais com o irmão da mãe... O rabino Shimon ben Ioḥai ensinou: Quando estamos em tempos de guerra, que se mate mesmo "o melhor" dos estrangeiros durante o conflito. Ou seja, não se deve hesitar durante um conflito militar. E a propósito de agir em "auto defesa": Quando encontrar uma serpente considerada "a melhor" (ou seja, bela, exótica), esmague sua cabeça imediatamente, para que não ataque ninguém. Uma mulher considerada "a mais digna", também pode se entregar à bruxaria. A fama de "ser digna" não é garantia de nada. E feliz é aquele que faz a vontade do LUGAR, em vez da própria. [41 b ]

Embora esta passagem seja a que foi usada pelos acusadores, dizendo "defender" o genocídio de todos os não-judeus, como se vê, o trecho foi arrancado de toda uma discussão que estava ocorrendo em torno dela.
O Talmud (tal qual a Bíblia Hebraica) não foi originalmente, separado em "versos e capítulos", mas em continuidade de discussões - e no caso da Bíblia Hebraica, continuidade de Narrativas, ou "porções" - a Parashá.
Toda citação que estiver cortada no seu contexto, se assemelha a pegarem pedaços de um comentário qualquer seu na internet, e construir com aquilo uma "história", que reflete totalmente o oposto do que você pretendia falar.
O trecho em questão, é uma discussão geral sobre o Sefer Shemot, o livro da Torá que fala da estadia e saída dos Hebreus do Egito. Neste ponto da conversa, se diz que os israelitas tinham deixado o Egito, mas ainda não tinham atravessado o Mar de Juncos. O povo egípcio, depois de sofrer as dez longas e difíceis pragas na narrativa, decidiu perseguir o povo israelita mesmo assim, em vez de deixá-los ir embora de uma vez:

ויקח שש מאות רכב בחור, משל מי היו הבהמות שהיו טוענין המרכבות אם תאמר משל מצרים היו והלא כבר נאמר וימת כל מקנה מצרים (שמות ט׳:ו׳) ואם תאמר משל פרעה היו והלא כבר נאמר הנה יד ה' הויה במקנך אשר בשדה (שם ג) ואם תאמר משל ישראל היו והלא כבר נאמר וגם מקנינו ילך עמנו לא תשאר פרסה (שם י) אלא של מי היו של הירא את דבר ה' נמצינו למדין הירא את דבר ה' הם היו תקלה לישראל מכאן היה ר' שמעון בן יוחאי אומר טוב שבגוים הרוג טוב שבנחשים רצץ את מחו ר' שמעון בן גמליאל אמר בא וראה עושרה וגודלה של מלכות חייבת זו שאין לה נומירון אחת בטלה שכולן רצות ביום ובלילה וכנגדן של מצרים כולהן עומדות בטילות:

(sobre Shemot 14 : 7) "E ele pegou seiscentos carros escolhidos": De onde vieram os cavalos necessários para os carros? Se você disser sobre isso, do Egito! Mas, por acaso não está escrito ( na praga de pestilência, Shemot 9 : 6) "e todo o gado do Egito morreu"? E se você disser, sobre isso, do Faraó! Mas, por acaso não está escrito (em Shemot 3) "Eis que a mão do HaShem está no seu gado no campo, nos cavalos, etc."? E se você disser, falando sobre isso, de Israel! Mas, por acaso não está escrito (em Shemot 10 : 26) "E o nosso gado também irá conosco; nem um casco ficará"? Então de onde eles teriam vindo? Daqueles (egípcios, que eram de seus servos) e que temiam a palavra do HaShem (Shemot 9 : 20) e eram eles que conduziam seus cavalos do campo para as casas. Descobrimos, então, que o gado poupado para aqueles que temiam a palavra do HaShem no final das contas, foi justamente o impedimento para Israel! - E foi por isso, que o rabino Shimon disse sobre isso: Em tempos de guerra [como o conflito entre Israel e o Egito]: Até “o melhor" (ou seja, aqueles que temiam o HaShem) "dos estrangeiros" matem! (Pois, os "melhores" egípcios - os que diziam "temer o HaShem" teriam sido os mesmos que forneceram meios para o Faraó perseguir Israel.) Do mesmo modo, que ele dizia: A melhor das serpentes - esmague sua cabeça! Ou seja, não hesite em situação de perigo!"

E o rabino Shimon ben Gamliel disse: Venham e vejam! A riqueza e grandeza deste reino perverso (ou seja, falando agora de Roma): Nenhuma de suas legiões ficavam ociosas, mas todas permaneciam ativas (na conquista) dia e noite - e, em contraste, (comparem isso, com a história dos israelitas, que partiram) do Egito, aonde se vê que as "legiões" egípcias eram quase todas ociosas. De quem eram os animais que dirigiam as carruagens? Se você disser que eles eram do Egito, por acaso não está dito (em Shemot 9 : 6) "e todo o gado do Egito morreu [da quinta praga]"? Se você disser que eles eram do Faraó, por acaso não está dito (em Shemot 9 : 3) "[Moshe disse ao Faraó]: Eis que a mão de Elohim está sobre o seu gado que está no campo"? Se você disser que eles eram dos israelitas, por acaso não está dito (em Shemot 10 : 26) "E o nosso gado também irá conosco - nem um casco ficará"? Em vez disso tudo então, de quem eles eram? Dos egípcios que foram descritos como aqueles que "temiam a Elohim" [e por isso, não tinham sido afetados pelas pragas]. Agora vemos que o gado dos egípcios descritos como os que "temiam a Elohim", e por isso foram os que escaparam da praga, foi o mesmo motivo que causou grande sofrimento para os israelitas depois [por que, foram usados para perseguir]. Foi daqui, que o rabino Shimon [ben Iohai] teria dito: Em tempos de guerra: Mate [até] os "os melhores" entre os estrangeiros.

Pelo ensino apresentado, vemos que o rabino Shimon ben Iohai, estava discutindo um caso de guerra.
Os egípcios chamados de "tementes a Elohim" teriam permitido, que seus animais poupados da praga, fossem usados ​​na guerra contra os israelitas. Se presume que essas pessoas, até foram junto com seus animais e conduziram as carruagens.
Agora vemos que os egípcios chamados de "tementes a Elohim" seria os "melhores" entre os "estrangeiros", estavam lutando também contra os israelitas. O faraó buscava matar os fugitivos afinal de contas.
E por causa disso, que o rabino Shimon ben Iohai declara que, quando se está em guerra, não se deve hesitar no conflito, como se fosse, procurando "poupar" a vida dos soldados adversários, dizendo que se deveria fazer isso, porque "seriam pessoas excelentes" e talvez até íntegras.
Dito em outras palavras: Pode até ser, que Nazistas em ofício nos campos de concentração, tivessem sido "gente de bem" fora dali. Pais de família. Sem antecedentes criminais. Cristãos devotos, "tementes a Deus"... Mas, nada daquilo impediu que assassinassem com crueldade, milhões de seres humanos, homens, mulheres e crianças! O "temor a Deus" não impede crimes de neonazistas. O "temor a Deus", não impede crimes de supremacistas, de fascistas. E o "temor a Deus", não impede os crimes de fanáticos islâmicos...
Quando Shimon ben Iohai diz que, na guerra "mate até o melhor dos estrangeiros", ele estava comentando o livro de Shemot, falando da cena da guerra de Israel com os Egípcios, e dizendo: "Não hesitem em tempos de Guerra! É um conflito afinal de contas! Eles querem nos matar. Matem qualquer soldado inimigo, independentemente de reflexões sobre seu caráter".
E exatamente assim que age, absolutamente todos os exércitos do mundo todo. Porque o exército de Israelitas deveria ser diferente?
Esta abordagem contextual permite compreender a declaração do rabino Shimon ben Iohai, bem como a literatura pós-talmúdica interpretou essa declaração.
[ver Tossafot, Avodá Zará 26b; Maimonides, Mishneh Torah, Hil'hot Avodah Zarah 10 : 1]
Ler os ensinamentos do rabino Shimon ben Iohai como se fosse "um imperativo" numa única frase - ignorando toda uma Literatura - para se dizer que estaria "mandando matar pessoas" é simplesmente errado, maléfico, e não foi como os estudiosos compreenderam o texto, jamais.
Agora, vamos ver um caso jurídico muito mais sério e também usado na acusação:

(יא) בָּרִאשׁוֹנָה מִי שֶׁהָרַג גֵּר תּוֹשָׁב אֵינוֹ נֶהֱרָג עָלָיו בְּבֵית דִּין שֶׁנֶּאֱמַר (שמות כא יד) "וְכִי יָזִד אִישׁ עַל רֵעֵהוּ". וְאֵין צָרִיךְ לוֹמַר שֶׁאֵינוֹ נֶהֱרָג עַל הָעַכּוּ''ם. וְאֶחָד הַהוֹרֵג אֶת עֶבֶד אֲחֵרִים אוֹ הַהוֹרֵג עַבְדּוֹ הֲרֵי זֶה נֶהֱרָג עָלָיו שֶׁהָעֶבֶד קִבֵּל עָלָיו מִצְוֹת וְנוֹסַף עַל נַחֲלַת ה':

(11) Se um israelita matasse um גֵּר תּוֹשָׁב - Guer Tosháv = estrangeiro residente, ele não seria executado pelo tribunal [mas sim, pelo vingador do sangue], como a escritura diz sobre isso "Se alguém agir deliberadamente em relação a seu próximo רֵעֵהוּ = Re'êhu. [E ao Guer Toshav, não se aplica o conceito haláhico de "próximo"] e não é preciso dizer, se ele matasse um idólatra [no entanto, o vingador de sangue do idólatra, poderia executar o assassino, no caso de um assassinato não intencional o israelita era banido, ver 5 : 3]. Se alguém israelita matasse seu próprio escravo ou o escravo de outra pessoa, ele seria executado por assassinato, porque um escravo do israelita assumia o cumprimento dos mandamentos sobre si mesmo, portanto, também era juridicamente considerado como "aquele que é contado como parte da herança do HaShem".

(א) ישראל שהרג גר תושב וכו'. במכילתא וכי יזיד איש על רעהו רעהו להוציא את אחרים ומשמע לרבינו דגר תושב בכלל אחרים כמו שהוא לענין גלות כמו שיתבאר. איסי בן עקיבא אומר קודם מתן תורה היינו מוזהרים על שפיכות דמים לאחר מתן תורה שהוחמרו הוקלו באמת אמרו פטור מדיני בשר ודם ודינם מסור לשמים. וזהו שכתב

[Comentando o trecho do Mishneh Torá:] No texto da Mehilta se diz: "O que seria mais leniente ao próximo, se remove dos estranhos"... significando que, para nosso mestre, um estrangeiro residente seria considerado, de um modo geral, "outros", pois estava lidando com o assunto do ponto de vista do exílio, como será explicado. O rabino Issi Ben Akiva disse que, antes da outorga da Torá, já tínhamos sido instruídos sobre a proibição de, derramamento de sangue. Portanto isso é óbvio. Só que, após a outorga da Torá, a legislação foi alterada para nós e muitos tipos de rigores impostos antes, foram tornados mais lenientes: Como na questão da mistura de carne e do consumo de sangue, formação de tribunais... casos assim, foram então, atribuído aos céus. E Foi isso o que ele pretendeu escrever.

A passagem do Rambam (Maimônides) procurou mostrar que, existe uma discrepância jurídica, entre a legislação sobre o assassino israelita, quando afetava outro israelita, e quando afetava o "idólatra" ou o "estrangeiro residente". Isso é o mesmo que dizer que as leis do Brasil, não são todas elas aplicadas a estrangeiros do mesmo modo, que são aplicadas a Brasileiros!
A Bíblia Hebraica, traz a regra de que, um assassino só poderia ser executado, se matasse seu "próximo", em vez de dizer, que o caso era se 'matasse qualquer pessoa'. A questão importa, em seus detalhes, porque o texto pede "pena capital" para isso. Mas, há uma contradição, pois ela ordena sobre a invasão de Kena'an, guerra contra Amalek, guerra contra os Moabitas e etc.
Deste modo se vê, que o termo "próximo" não é genérico mas, deve ser entendido no contexto jurídico, quando o assunto for "Pena Capital". Tudo o que envolve o tema de pena capital, não pode ser tratado na base do "mais ou menos". Mas, deve ser algo específico. Assim, por pertencer a comunidades muito diferentes, um idólatra não foi considerado, dentro do conceito legislativo, como o "próximo" do israelita. Qual a consequência jurídica que resultaria disso? Afinal, assassinato é proibido. Certamente é.
No entanto, o poder de um tribunal israelita de executar um israelita, não é um "poder absoluto".
Não é como num sistema totalitário, aonde um grupo de pessoas pode simplesmente apedrejar alguém, sem nem precisar sequer provar sua acusação, ou se tiver só "sua palavra" de um contra outro...
O poder de agir de um tribunal israelita era limitado em geral, e só poderia ser aplicado "a israelitas" em particular.
Portanto, a aplicação da pena máxima - a pena capital - por meio do tribunal israelita, tinha sido muito limitada. Isso não é o mesmo que dizer, que o assassinato seria permitido. E sim que, o tribunal israelita não teria mais seu "poder" especial em alguns casos, que era o de julgar casos de pena capital fora de sua estrita jurisprudência.
Como a Torá sanciona, no mundo antigo, quando uma pessoa era assassinada, e não existia polícia para socorrer, o que ocorria era que um parente da pessoa que tinha sido morta, buscaria se vingar do assassino. Este tipo de situação, se aplicava quando o tribunal não tinha poderes de resolver o problema, como quando um assassinato ocorria sem testemunhas. Mesmo entre israelitas, o tribunal não pode fazer nada nesse caso. Sem testemunhas, sem condenação! Não são aceitas "provas circunstanciais", nem são aceitos "histórias" ou "relatos", na questão da pena capital.
Então, o chamado vingador do sangue, poderia executar aquele assassino, sem ser considerado ele mesmo assassino perante o tribunal, se ele estivesse fora da cidade refúgio. E o israelita que assassinasse um idólatra, ou um estrangeiro residente, não era enviado para a cidade refúgio para ter proteção. Só era enviado lá, quem assassinasse um israelita e ainda assim, por acidente. As cidades refúgios não permitiam qualquer um de entrar nelas. Apenas pessoas que tivessem que ver com aquilo.
Por isso se diz que, o tal assassino, que estivesse fora da jurisprudência dada aos israelitas, estaria "nas mãos dos céus", ou seja, a própria sorte.
O assassinato o levaria a ser executado eventualmente, pois todos os povos executavam assassinos por meio da pena capital. Só que, diferente do tribunal israelita, que era proibido de torturar a pessoa condenada, os tribunais dos estrangeiros, em geral, não tinham tais considerações. Seria pior ainda para o israelita assassino em questão!
Mas, não seria pelas mãos do tribunal israelita, que tem limites.
E estas são outras fontes que esclarecem as mesmas concepções:
Tossafot, Avodah Zarah 26b sv. Velo; Maimonides, Mishneh Torah, Hil'hot Rotze'ah 2:11, Hil'hot Avodah Zarah 10 : 1; textos do rabino Yoel Sirkes, Bait Hadash, comentando o Shul'han Aru'h, na seção Ioreah Deah 158; o comentarista Taz, sobre Ioreh Deah 158 : 1; o comentário do Beit Meir, na obra Even HaEzer 17 : 3; o comentário do raibno Iossef Babad, na obra Min'hat Hinu'h, 93 : 2; comentários do rabino Avraham Ieshaiahu Karelitz, o Hazon Ish, sobre Bava Kama 10 : 16.
Portanto, não é verdade que a lei judaica, ou o Talmud, os "os judeus" simplesmente dizem que, seria tudo bem matar não israelitas. O caso apenas esclarece os limites do poder de executar, da parte de um tribunal israelita que, não deveria olhar nenhum caso, para além da estrita regra estabelecida, em casos de penalidade máxima; pois, nenhum tribunal pode ter poderes absolutos.

(א) לא תרצח הן ביד הן בלשון הן בשתיקה, כגון שנתגלה לך סוד הרוצח ואין אתה מגלה הסוד. ולשון זה של רציחה לא שייך רק במיתה שלא כדין אבל לשון מיתה ולשון הריגה בין כדין בין שלא כדין.

(1) Comentando Shemot 20 : 13: לא תרצח, “não cometerá assassinato!” A ausência de quaisquer adjetivos ou advérbios qualificativos implica que o assassinato à mão, por meio de instrumentos ou mesmo pelo silêncio (por omissão), foi igualmente proibido. Exemplo: Você obteve informações de que alguém está para ser assassinado e não avisou a possível vítima. A expressão רצח não é aplicável a menos que seja aplicada à morte causada por meios ilegais. As expressões מיתה ou הריגה podem ser aplicadas à morte por outros meios, sejam legais ou ilegais.

(א) לא תרצח. בידך או בלשונך להעיד עליו שקר להמיתו. או להיותך רכיל או לתת עצה רעה בזדון שתדע שיהרג. או שנגלה לך סוד שתוכל להצילו מן המות אם תגלהו לו. ואם לא גלית. אתה כמו רוצח:

(1) Comentando Shemot 20 : 13: NÃO COMETERÁ ASSASSINATO: Com a sua mão ou a sua língua! Ou seja, dando falso testemunho que resulte na execução de alguém, ou contando histórias, ou dando perversamente um conselho, que você sabe que resultará na morte da pessoa, ou por não revelar um segredo de que você esteja ciente, por alguém que seria salvo se soubesse do que você sabe. Se você não revelar tal segredo: Você será um assassino!