Você sabia que, segundo o Saadia Gaon, Tehilim não são rezas?
Um dos mais populares costumes místicos atuais é a leitura obssessiva de Tehilim (salmos), atribuindo aos textos poderes mágicos diversos, desde "curas" a "solução de problemas financeiros", até alívio de estresse.
Porém o que acontece com aquele que, sabe não existirem "poderes mágicos" em objetos ou textos?
Bem, ele pode aprender, baseado na obra do Dr Uriel Simon.
[Simon, U., 1990, Four Approaches to the Book of Psalms: From Saadia Gaon to Abraham Ibn Ezra, State University of New York Press, Albany]
Desde o período do Saadia Gaon (882-942), se mantinham posicionamentos que, contrastam com o que se tornou popular hoje e, caso você não conheça, soará bem interessante e diferente, pois ele declarava que, o Sefer Tehilim, obra dividida em cinco livros, serviriam na realidade, como uma 'segunda Torá', revelada então, a David.
Este conceito, removeria o Sefer Tehilim do uso litúrgico e certamente não seria apropriado fazer uso mágico dele, pois a obra deveria ser tratada como obra de estudo minucioso, tal qual a própria Torá.
TEHILIM COMO SEGUNDA TORÁ
O Dr Simon (1990 : 1) começa explicando que, tal qual a visão de uso mágico de Tehilim propagada atualmente, esta antiga visão do Rav Saadia, de que Tehilim seriam uma "segunda Torá" não era um posicionamento, baseado em algum texto rabínico específico.
No entanto, há uma referência a um conceito semelhante, encontrado no Midrash Tehilim (no Tehilim 78), embora este trabalho, só tenha sido escrito certo tempo depois da época do Rav Saadia, em Narbona, entre os anos de 1050 e 1450 da era comum:
שלא יאמר אדם שאין המזמורות תורה אלא תורה הם ואף הנביאים תורה.
...Não se deve dizer que os Tehilim não são a Torá, pois eles são a Torá, do mesmo modo que os [livros dos] profetas da Torá....
É possível que este Midrash posterior, tenha se baseado na concepção de Tehilim ensinada pelo Rav Saadia.
O Saadia Gaon escreve em sua introdução...
[Lembrando que, o Rav Saadia foi autor de duas introduções a Tehilim, uma chamada "curta" e outra chamada longa. Na edição de Kafih de 1966, a breve introdução está nas páginas 51-53, e a introdução que é onze vezes mais longa, está nas páginas 17-50]
... de que, o leitor da obra, não deve discriminar entre as várias seções da literatura bíblica (particularmente o Sefer Tehilim) e erroneamente concluir, que algumas foram ditadas e narradas por personagens humanos, enquanto outras seções eram 'mais puras', tendo sido declaradas pela Divindade.
Em vez disso:
Devemos compreender que tudo isso foi expresso pelo HaShem, nas várias formas de linguagem empregadas por suas criaturas.
[Kafih, J., 1966, ed. e traduzido para o hebraico, Saadia Gaon, O Sefer Tehilim : Tafsir e Comentário Árabe, Jerusalém 1966, 53]
Em outras palavras, na visão de Rav Saadia, todas as palavras expressas ao longo dos Tehilim, mesmo quando parecem ter se originado de falantes humanos, são de fato o trabalho do "Mestre e não do servo".
Rav Saadia toma seu modelo da canção de Moshe (Ha'azinu) em Devarim 32 : 1 - 43, onde parece que Moshe está escrevendo, mas também incorporando a fala Divina, como no verso 39, onde se afirma: "Veja então que Eu sou Ele". O intercâmbio suave entre a fala do "servo" e do "Mestre" indica para o Rav Saadia que:
Tudo isso é a palavra do HaShem e nada é discurso humano, como atestam confiáveis transmissores de nossa tradição.
[Kafih, J., 1966, 53.]
Novamente, o Rav Saadia não especifica em qual tradição rabínica ele se baseava. Pelo contrário, as fontes talmúdicas anteriores (como o tratado e Pessahim 117a) sugerem que, de acordo com os rabinos, o próprio David, não a Divindade, falou as palavras de Tehilim:
Os sábios ensinaram: todas as canções e louvores que David declarou no livro dos Tehilim...
[Kafih, J., 1966, 24]
O RAV SAADIA ESTAVA POLEMIZANDO COM MIKRAIM (CARAÍTAS)
Rav Saadia, em sua (longa) introdução aos Tehilim continua a criticar:
... alguns de nossa nação que imaginam... que este livro foi proferido apenas pelo profeta David... Parece-me que a causa dessa ilusão ... é que eles encontram muitas rezas nele [e, portanto, concluem que as palavras devem ter emanado de uma fonte humana, em vez de divina].
[Observe paralelamente, como o Saadia Gaon chama os Mikraim de "membros de nossa nação", em vez de desconsiderar sua identidade judaica, como é feito hoje...]
O Dr Simon (1990 : 5) questiona a quem o Rav Saadia estava se referindo por “alguns de nossa nação” que acreditavam que os Tehilim eram uma obra independente de David e não revelada? Embora pudesse se referir aos rabinos (como visto no tratado de Pessahim 117a), Simon afirma que essas palavras, foram dirigidas especificamente contra os Mikraim.
Os Mikraim seriam uma seita de judeus que desrespeitava a tradição rabínica ou Torá oral, particularmente se referindo ao conteúdo do Talmud. Alguns historiadores dizem que remontam aos Tzedokim, do final da era do segundo templo, mas a maioria considera suas origens num período bem posterior, por volta da época de Anan ben David (meados de 715 - 795 ou 811 da era comum).
Embora haja certa incerteza quanto ao número real de Mikraim no período, é possível que tenham compreendido quase a metade da população judaica total na região, e terem sido considerados uma "ameaça" significativa ao chamado judaísmo rabínico. O Rav Saadia era conhecido por seus pontos de vista, específicamente anti-Mikraim.
“A disputa entre o Saadia Gaon e os Mikraim, ajudou a consolidar ainda mais, a divisão entre os dois movimentos.”
E por qual motivo os Mikraim são relevantes, na discussão sobre Tehilim?
É que eram os Mikraim que usavam o Sefer Tehilim como seu livro de rezas oficial!
A questão então, é que os Mikraim usavam o Sefer Tehilim como seu livro de rezas, porque rejeitaram o livro de rezas rabínico, conhecido como Sidur, cujas bases, foram lançadas por Esrah na época da Grande Assembléia.
O Dr Simon (1990 : 8) explica que o Rav Saadia considerava que os Mikraim erraram ao usar as "palavras do Mestre" (ou seja, de Tehilim) em suas rezas. Ele escreveu em sua introdução ao Sidur:
...a fala do servo ao seu Mestre, deve ser diferente da fala do Mestre ao seu servo.
[Davidson, I., Asaf, S., e Joel B.I., 1970, ed. e tradução para o Hebraico, Saadja Gaon, The Siddur, The Obligations of Prayer, Introduction, 9-10]
O Dr Simon explica que apenas quando entendemos a polêmica entre Mikraim e Rabanim sobre a reza, é que podemos compreender a posição do Rav Saadia sobre as 'origens divinas', do Sefer Tehilim.
Os Mikraim estavam tão dispostos a entrar na briga, por assim dizer, que quando acusaram os rabanim, especialmente no Iom Kipur, diziam que eles haviam:
...atado em suas bocas muitas palavras, liturgias em que não há prazer, em vez de canções de Tehilim...
[Mann, I., 1921, "Early Karaite Bible Commentaries," JQR (N.S.) 12 (1921/2), 474]
O escritor Mikraí, Iáacov al-Kirkissani, que era contemporâneo polêmico do Rav Saadia, na qualidade de Mikraí, expressa sua posição sobre os Tehilim e faz sua crítica, aos rabanim de forma bastante direta:
Um [dos erros dos rabinos] é que eles pararam de rezar com base no Sefer Tehilim, e fizeram [suas rezas] daquilo que eles próprios compuseram. Isso contradiz as Escrituras: “Para dar louvor ao HaShem, como David ordenou” (Esrah 3 : 10).
[Scheiber, A., 1948, ‘A Rabbinic Siddur Quoted by Kirkisani,’ in Ignace Goldziher Memorial, vol. I, Budapest, 27-40 (Hebraico), 27]
A resposta do Rav Saadia ao ataque Mikraí foi rápida e direta:
Tehilim não são rezas!
Ele defendeu a posição rabínica afirmando, de forma bastante radical, que os Sefer Tehilim nunca foram originalmente destinados a servir como um livro de rezas, e que o livro de rezas rabínico, é de proveniência antiga, ordenado pelos próprios profetas.
A função do Sefer Tehilim não era para que fosse usado como livro de rezas, mas para estudo, edificação moral e quiçá teológica, assim como a Torá!
(Simon 1990 : 11)
A ideia de 'números perfeitos' foi então desenvolvida pelo Rav Saadia, numa complicada teoria, a fim de elucidar o Sefer Tehilim explicando seu óbvio "sensus literalis" ou sentido simples.
Para este fim, o Rav Saadia procurou explicar que os Cinco Livros dos Tehilim eram paralelos, aos Cinco Livros da Torá. Você já deve ter ouvido tal elucidação, mas, pode ser que a fonte lhe tivesse sido ocultada já que, tal concepção, é usada para outros fins (mais, mágicos ou teúrgicos) hoje em dia. E O Saadiah Gaon certamente consideraria um desvio e deturpação, usar Tehilim para este fim.
Ele explicou que, Tehilim foram revelados no momento preciso da história, quando a nação de Israel atingiu seu "número perfeito" com sua expansão sustentável de conhecimento, prosperidade e heróis.
[O texto comprobatório do Rav Saadia para isso é Divrei HaIamim Álef 21 : 5; “Todo Israel compreendia, 1,100,000 prontos para sacarem a espada.” Apesar de que, Shmuel bet 24 : 9 o número seja 800,000.]
Isso, afirmou ele, era precisamente paralelo à revelação da Torá durante a época de Moshe, quando os israelitas também haviam atingido seu "número perfeito", em termos de crescimento populacional, estabilidade e sustentabilidade.
(Esta ideia fascinante de ser preciso “um número perfeito” de crescimento populacional, era uma ideia desenvolvida já no século IX, e por si só, digna de um estudo mais aprofundado em outro momento.)
O Sefer Tehilim como obra paralela à Torá
Quanto ao problema de detalhes biográficos e geográficos encontrados dispersos ao longo de Tehilim, e sua aparente conexão com eventos específicos na vida do redator, o Rav Saadia afirmou que eles simplesmente se pareciam com as viagens dos Filhos de Israel, que também foram recodificadas (sob inspiração do divino) no Humash e serviam para unir e igualar os dois textos (Simon 1990 : 12-13).
O Rav Saadia era até mesmo capaz de explicar os anacronismos (que parecem se referir a outra época e lugar) como o Tehilim 90, que começa com “Uma reza de Moshe”.
Isso também, afirma ele, foi escrito por David porque (assim como Divrei HaIamim Alef 6 : 34 se refere aos kohanim na época de David como "Aharon e seus filhos"); as gerações posteriores às vezes são chamadas pelos nomes de seus ancestrais importantes.
Dessa forma, todo o Sefer Tehilim teria sido uma revelação a David, igualando e paralelamente à revelação da Torá a Moshe!
A DIFERENÇA ENTRE RITUAL E LITURGIA
Ambos os cinco Livros de Tehilim e os Cinco Livros da Torá, teriam sido a palavra do "Mestre" para o "servo"; parafraseando o Gaon, e não o contrário. Os Tehilim, portanto, não poderiam ser usados como liturgia, mas poderiam ser usados como parte do ritual.
É por isso que, na visão do Rav Saadia, os Tehilim continham títulos, sobrescritos e instruções para guiar o praticante através do processo do ritual, que só poderia acontecer no Templo (Simon 1990 : 15).
A COMPLEXIDADE DO RITUAL
O Rav Saadia, no entanto, chega a restringir e mostrar haver uma complexidade a esse ritual, exlicando que: cada Tehilim que seria designado a um Leví [específico], o obrigaria a recitá-lo; e tornava proibido todos os outros no contexto daquele rito. Ele apenas podia ler outros, como leitura simples ou estudo.
[Kafih, J., 1966, 30]
O Rav Saadia então, uma página depois, restringe ainda mais um grupo familiar Leví responsável por recitar um dos Tehilim, no contexto daquele rito, dizendo que esta era a tendência de outro grupo.
Ele encontra apoio para essa concepção em Divrei HaIamim bet 35 : 15, onde se afirma que “os cantores assafitas estavam em suas estações”.
Além disso, o Rav Saadia especifica que certos Tehilim, só poderiam ser recitados em certos lugares, dentro do Templo, e que eles "deveriam ser ditos, naquele lugar específico e em nenhum outro"
(Kafih, J., 1966, 33 - Simon 1990 : 22)
AS MELODIAS E AS CANÇÕES
Além disso, o Rav Saadia insistia que as melodias (ele usou o termo árabe "lahn") não poderiam ser alteradas ou substituídas, a menos que a canção usasse a expressão "bi'neguinot" (com melodias) no plural.
(Assim, para o Rav Saadia, a frase Shir haMa’alot (uma canção de subidas), torna-se "um lahn agudo" (Simon 1990: 17). Além disso, Al haSheminit (Tehilim 6), indicava:
“...que os levitas no Templo tinham oito 'lahn', um designado para cada grupo deles...”
(Simon 1990 : 18)
Esta explicação difere substancialmente da interpretação usual de Sheminit como alguma forma de instrumento de oito cordas. Simon 1990 : 16 )
O Rav Saadia também é de opinião que qualquer apresentação musical dos Tehilim fora dos recintos do Templo é estritamente proibida (Simon 1990 : 21).
Seu texto de prova disso foi Ieshaiahu 38 : 20, onde afirma: “ofereceremos música todos os dias de nossas vidas na Casa do HaShem”.
Até mesmo cantar os Tehilim (inteiros) fora do Templo (sem acompanhamento musical) é proibido, pois os Tehilim só podem ser lidos e não cantados fora do Templo (Simon 1990 : 23).
A DIFERENÇA ENTRE REZAR E LER
O Rav Saadia, em seu comentário sobre o Sidur (128), da mesma forma faz a distinção entre fazer a reza permanente regular no Sidur conhecido como "Amidah", e ler o "Hallel" (uma coletânea de Tehilim inseridos nas rezas durante o festivais).
O ARGUMENTO DUPLO DO RAV SAADIA
Todos esses detalhes se aglutinam em torno da compreensão de que, o Rav Saadia usava o Tehilim apenas para rituais em oposição a propósitos litúrgicos (que ele indicava ser o costume dos Mikraim), e que se deve saber distinguir muito bem entre essas duas formas de celebração ritual.
Tehilim era um “livro de orientações” a ser estudado como, como se estuda a Torá, e era usado apenas como um “livro de canções” dentro do Templo (ou enquanto encorajava os construtores do Templo).
Assim, se deve concluir que, a interpretação do Rav Saadia sobre o propósito dos Tehilim foi dirigida, tanto contra os Mikraim, que os usavam como sua liturgia oficial, bem como estava de acordo com o costume, de não imitar as práticas do Templo, durante os períodos pós-Templo.
No entanto, Simon (1990 : 39) conclui ainda, que o Rav Saadia tinha uma abordagem “maximalista” quando se tratava de sua polêmica com os Mikraim, sobre o uso do Sefer Tehilim como liturgia.
Os Tehilim às vezes eram conhecidos como Tefilot, como diz em Tehilim 72 : 20: כָּלּ֥וּ תְפִלּ֑וֹת דָּ֝וִ֗ד בֶּן־יִשָֽׁי׃ Fim das rezas (tefilot) de David filho de Ishai.
No entanto, como observado por Haham (2003 : 6) foram os massoretas que preferiram o título "Tehilim" ao invés de "Tefilot" para a obra, justamente para o livro, não ser confundido com o "livro de rezas" oficial.
[Hakham, A., 2003, The Bible: Psalms; with the Jerusalem Commentary, vol. 1, The Koschitzky ed., 1st ed., Mosad Harav Kook, Jerusalem]
Esrah-Neehmiah e Divrei HaIamim se referem aos levi'im que “cantavam e louvavam (מהללים) com os louvores (הלל) de David em suas mãos”.
[Como Divrei HaIamim alef 23 : 5; Divrei HaIamim bet 7 : 6, 20 : 21, 29 : 30, 30 : 21 e Esrah 3 : 10; Nehemiah 12 : 24]
Estes podem de fato, ter sido apoios argumentativos para a posição do Rav Saadia Gaon.
Haham também aponta que, alguns comentaristas antigos usavam o termo "Tehilot" em vez de "Tehilim" e que mesmo onde o título "Tehilim" era originalmente usado, se referia como "Tilim" ( uma vez que no hebraico rabínico a letra ה é elidida ) quando então, “Tilim” não seria uma corruptela de gerações posteriores (ou uma pronúncia preguiçosa como é comum se dizer hoje), mas seria uma pronúncia precisa e antiga, que remontaria ao período rabínico.
Em aramaico rabínico, o Livro dos Tehilim é referido justamente como “Tilin” (תִּילִּין) e também, “Tilei” (תִּילֵּי).
O Midrash Tehilim (como visto) usa o termo "Mizmorim". Então, tecnicamente, podemos nos referir aos Tehilim como Tehilim, Tefilot, Tehilot, Mizmorim, Tilim, Tilin ou até Tilei.
CONCLUSÃO
Hoje vivemos em uma era onde, a mistificação é a principal ferramenta de doutrinação. Onde ritos mágicos são realizados com o Sefer Tehilim, chegando a se dizer que “há um salmo para tudo”; alegando que a simples recitação de Tehilim seria uma "prática judaica", e que seria algo a ser incentivado.
Como vimos porém, fontes antigas do Judaísmo pós Babilônico, como era o caso do Rav Saadia Gaon, tanto este costume não era considerado "judaico", como era proibido se cantar Tehilim fora do Templo. E com tal olhar, tudo fica ainda mais interessante, considerando como hoje certamente movimentos místicos colocam os Tehilim como ritos mágicos para todas as finalidades.
E certamente, o movimento místico, como o movimento Mikraim da época do Saadia Gaon, considera os Tehilim uma forma de reza ou rito mágico.
Nesta reflexão, aprendemos que nem tudo que se alega ser "judaico" é de fato assim, e que não se deve perder de vista a estrutura e o pano de fundo mais amplos, como aqueles apresentado pelo Rav Saadia Gaon.
Pode-se também adicionar a visão do Kotzker Rebe (para citar uma fonte hassídica, mais próxima da racionalidade), que se referia aos:
"...tolos que passam seu tempo no fundo das sinagogas recitando Tehilim sem pensar..."
A ideia é apenas mostrar que, os movimentos atuais que se colocam como "únicos" representantes de um "Judaísmo" verdadeiro, estão bem longe de ser "únicos" ou mesmo "verdadeiros" em detrimento dos demais.
