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Encontrando equilíbrio entre o racional e o irracional
(ב) זֹ֚את חֻקַּ֣ת הַתּוֹרָ֔ה אֲשֶׁר־צִוָּ֥ה יְהוָ֖ה לֵאמֹ֑ר דַּבֵּ֣ר ׀ אֶל־בְּנֵ֣י יִשְׂרָאֵ֗ל וְיִקְח֣וּ אֵלֶיךָ֩ פָרָ֨ה אֲדֻמָּ֜ה תְּמִימָ֗ה אֲשֶׁ֤ר אֵֽין־בָּהּ֙ מ֔וּם אֲשֶׁ֛ר לֹא־עָלָ֥ה עָלֶ֖יהָ עֹֽל׃

(2) Este é o regulamento da Torá, ordenado por HaShem. Fale ao povo de Israel que leve a você uma novilha vermelha sem imperfeição ou defeito e em que nunca tenha sido colocado jugo.

(א) זאת חקת התורה. לְפִי שֶׁהַשָּׂטָן וְאֻמּוֹת הָעוֹלָם מוֹנִין אֶת יִשְׂרָאֵל, לוֹמַר מַה הַמִּצְוָה הַזֹּאת וּמַה טַּעַם יֵשׁ בָּהּ? לְפִיכָךְ כָּתַב בָּהּ חֻקָּה — גְּזֵרָה הִיא מִלְּפָנַי, אֵין לְךָ רְשׁוּת לְהַרְהֵר אַחֲרֶיהָ (יומא ס"ז): (ב) ויקחו אליך. לְעוֹלָם הִיא נִקְרֵאת עַל שִׁמְךָ — פָּרָה שֶׁעָשָׂה מֹשֶׁה בַּמִּדְבָּר: (ג) אדמה תמימה. שֶׁתְּהֵא תְמִימָה בְּאַדְמִימוּת, שֶׁאִם הָיוּ בָהּ שְׁתֵּי שְׂעָרוֹת שְׁחֹרוֹת פְּסוּלָה (פרה פ"ב):

(1) זאת חקת התורה [Sobre a frase] ESTE É O REGULAMENTO DA TORÁ – Porque o [mala’h] HaSatan [o mensageiro opositor] e as nações do mundo, insultam Israel, dizendo: ‘Qual é a razão deste mandamento, qual seu motivo?’ por causa disto [a Escritura] registra [o uso] do termo חקה <hukat> sobre este [mandamento], implicando: É um decreto perante Mim; vocês não tem o direito de criticá-lo. [Iomá 76b, Midrash Tan’humá, Hukat 7]

(2) ויקחו אליך - [Sobre a frase] ELES SE LEVARÃO PARA TI - Serão sempre chamado pelo teu nome: as pessoas falarão da vaca que Moshe preparou no deserto (Midrash Tan'humá, Hukat 8). (3) אדמה תמימה [UMA VACA] VERMELHA, PERFEITA - Isso significa que deve ser perfeita em relação à sua vermelhidão (Sifrei Bamidbar 123: 1), - de modo que, se houver dois fios de pelos pretos nela (ou dois pelos de qualquer cor diferente do vermelho) não será adequada, para o rito aqui descrito (Mishná Parah 2: 5).

(ח) שָׁאַל עוֹבֵד כּוֹכָבִים אֶחָד אֶת רַבָּן יוֹחָנָן בֶּן זַכַּאי, אִלֵּין עוֹבָדַיָּא דְּאַתּוּן עָבְדִין נִרְאִין כְּמִין כְּשָׁפִים, אַתֶּם מְבִיאִים פָּרָה וְשׂוֹרְפִין אוֹתָהּ וְכוֹתְּשִׁין אוֹתָהּ וְנוֹטְלִין אֶת אַפְרָהּ וְאֶחָד מִכֶּם מִטַּמֵּא לְמֵת, מַזִּין עָלָיו שְׁתַּיִם וְשָׁלשׁ טִפִּין וְאַתֶּם אוֹמְרִים לוֹ טָהַרְתָּ. אָמַר לוֹ לֹא נִכְנְסָה בְּךָ רוּחַ תְּזָזִית מִיָּמֶיךָ, אָמַר לוֹ לָאו. רָאִיתָ אָדָם שֶׁנִּכְנְסָה בּוֹ רוּחַ תְּזָזִית, אָמַר לוֹ הֵן, אָמַר לוֹ וּמָה אַתֶּם עוֹשִׂין לוֹ, אָמַר לוֹ מְבִיאִין עִקָּרִין וּמְעַשְׁנִין תַּחְתָּיו וּמַרְבִּיצִים עָלֶיהָ מַיִם, וְהִיא בּוֹרַחַת. אָמַר לוֹ יִשְׁמְעוּ אָזְנֶיךָ מַה שֶּׁאַתָּה מוֹצִיא מִפִּיךָ, כָּךְ הָרוּחַ הַזּוֹ, רוּחַ טֻמְאָה, דִּכְתִיב (זכריה יג, ב): וְגַם אֶת הַנְּבִיאִים וְאֶת רוּחַ הַטֻּמְאָה אַעֲבִיר מִן הָאָרֶץ, מַזִּין עָלָיו מֵי נִדָּה וְהוּא בּוֹרֵח. לְאַחַר שֶׁיָּצָא אָמְרוּ לוֹ תַּלְמִידָיו, רַבֵּנוּ, לָזֶה דָּחִית בְּקָנֶה, לָנוּ מָה אַתָּה אוֹמֵר, אָמַר לָהֶם חַיֵּיכֶם, לֹא הַמֵּת מְטַמֵּא וְלֹא הַמַּיִם מְטַהֲרִין, אֶלָּא אָמַר הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא חֻקָּה חָקַקְתִּי גְּזֵרָה גָּזַרְתִּי אִי אַתָּה רַשַׁאי לַעֲבֹר עַל גְּזֵרָתִי, דִּכְתִיב: זֹאת חֻקַּת הַתּוֹרָה. וּמִפְּנֵי מָה כָּל הַקָּרְבָּנוֹת זְכָרִים וְזוֹ נְקֵבָה, אָמַר רַבִּי אַיְּבוּ מָשָׁל לְבֶן שִׁפְחָה שֶׁטִּנֵּף פָּלָטִין שֶׁל מֶלֶךְ, אָמַר הַמֶּלֶךְ תָּבוֹא אִמּוֹ וּתְקַנֵּחַ אֶת הַצּוֹאָה, כָּךְ אָמַר הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא תָּבוֹא פָּרָה וּתְכַפֵּר עַל מַעֲשֵׂה הָעֵגֶל.

(8) Um idólatra perguntou ao rabino Iohanan ben Zakai: 'Esses rituais que vocês fazem, parecem bruxaria! [então, como vocês se dizem contra idolatria?]

Vocês trazem uma novilha, queimam-na, esmagam-na e pegam suas cinzas.

[Se] um de vocês estiver [ritualmente] impuro por causa [do contato com] mortos [a impureza mais severa], 2 ou 3 gotas são aspergidas sobre a pessoa, e vocês o declaram [ritualmente puro?!'

Ele disse a ele: 'Alguma <rua’h tezazit> inquietude já entrou em você?'

Ele disse a ele: 'Não!'

'Você já viu um homem onde alguma inquietude entrou nele?'

Ele disse a ele: 'Sim!'

[O rabino Iohanan ben Zakai] disse a ele:

'E o que vocês fizeram por ele?'

Ele lhe respondeu: 'Nós trouxemos raízes e as fizemos fumaça embaixo dele, e despejamos água e ela [a inquietude] foi embora.'

Ele disse-lhe: 'Que os teus ouvidos ouçam o que tua boca fala!

O mesmo é verdade para este <rua’h> [esta influência], o <rua’h> de impureza, como está escrito, (Zehariah 13: 2)'

Até mesmo aos profetas, o <rua’h> de impureza removerei da terra.

'Espalham sobre ele águas purificadoras, e [o <rua’h> de impureza] foge.'

Depois que ele saiu, os alunos de nosso mestre disseram:

'Você o empurrou com uma vara! [Mas, a nós que somos seus alunos] o que vai nos dizer?'

Ele disse a eles:

'Por suas vidas, uma pessoa morta não torna as coisas impuras [literalmente], e a água não torna as coisas puras [literalmente].

Em vez disso, o SANTO – bendito seja – disse:

'Eu gravei uma regra, fiz um decreto (hukah hakakti , guezeira gazarti), e vocês não tem permissão para transgredir o que eu decretei, pois diz 'Este isto é um hok (regra) da Torá.'

Se, portanto, designássemos todos os “mandamentos relativos às relações entre o homem e a Divindade” como <meuguim> = “costumes populares”, cumpriríamos um duplo propósito.

Primeiro, gostaríamos de transmitir a ideia de que eles não devem ser tratados com uma intenção legalista, uma intenção que muitas vezes dá origem a sofismas e mesquinharias.

[Os ritos] devem ser tratados como a própria essência da vida judaica, que deve ser vivida com espontaneidade e alegria, e que pode ser modificada conforme as circunstâncias exigirem.

Em segundo lugar, transmitiríamos a implicação de que não apenas deveriam ser retidos e desenvolvidos tantos “mandamentos” ou costumes populares quanto possível, mas que a vida judaica deveria ser estimulada a desenvolver novos e adicionais costumes.

Folclores são as práticas sociais pelas quais um povo exterioriza a realidade de seu ser coletivo.

Rabino Mordecai Kaplan, no livro Judaism as a Civilization [Judaísmo como civilização], p. 432

Ao realizar uma ação sagrada, nós abrimos as fontes da <emuná> [da confiança) ... O judeu é convidado a dar um salto de ação, em vez de um salto de pensamento [ou de fé].

Ele é solicitado a superar suas necessidades [psicológicas], a fazer mais do que entende [mentalmente], a fim de compreender mais do que entende [ou, superar a mente].

Ao cumprir a palavra da Torá, ele é conduzido à presença do sentido da espiritualidade.

Por meio do êxtase das ações, ele aprende a ter certeza da hereditariedade Divina. Viver corretamente é uma maneira de pensar corretamente.

Rabino Abraham Joshua Heschel, God in Search of Man, p. 282-283